06 agosto 2015

{Resenhas Curtas} Festival de YA's

Como sou a apaixonada aqui por YA's e os tenho lido mais que respiro, decidi reunir uns aqui para fazer comentários mais breves a exemplo dos da Elza. Fiquem à vontade para pedir detalhes! Infelizmente, alguns dos títulos eu não encontrei tradução para o português, ou seja, talvez nem haja previsão de lançar aqui. Claro que eu posso estar errada e não pesquisei direito...


A Caminho do Verão - Sarah Dessen
Antes que Eu Vá - Lauren Oliver
Maybe One Day - Melissa Kantor
Hold Still - Nina LaCour
Crash into me - Albert Borris 
The Unofficial Zack Warren Fan Club - J.C. Isabella
Even When You Lie to Me - Jessica Alcott


A Caminho do Verão

Título original: Along for the ride
Autor: Sarah Dessen
Editora: Editora iD
Ano: 2011
Páginas: 416

Sinopse: Auden resolve passar as férias de verão em Colby, uma minúscula cidade do litoral, com o pai, sua nova esposa e Thisbe, a filha do casal e sua mais nova irmãzinha. Lá, ela revê seus conceitos em relação à madrasta, encara um emprego de férias em uma boutique totalmente demais e conhece Eli, um garoto misterioso com o qual embarca em uma busca: experimentar uma adolescência sem preocupações que lhe foi negada enquanto ele procura se recuperar de um acontecimento trágico. Junte dois solitários, uma bicicleta, um estoque infindável de madrugadas com insônia, tortas e café e… tudo pode acontecer. (extraído do Skoob)

Avaliação:

 

Confesso lembrar bastante mais detalhes deste livro que de muitos YAs que leio por aí e ao mesmo tempo não ter muito o que comentar. Auden, como toda boa personagem da Dessen, tem um nome estranho à beça. Ademais, ela tem alguns problemas de família e simplesmente não consegue dormir à noite. Um dia, ela recebe um presente do irmão mais velho, que está viajando o mundo, e decide fazer algo diferente, aceitando o convite da madrasta de passar o verão com o pai. É lá que ela começa a transformação pessoal dela. No início, ela é bem presa e rápida em julgar os outros. Ela sempre se focou exclusivamente nos estudos para poder conseguir o que queria. Trabalhando com a madrasta, que é uma pessoa que eu chamaria a atriz de Legalmente Loira para interpretar num filme, ela faz amigas cujas personalidades normalmente a manteria afastada. Além disso, ela se envolve com Eli, um rapaz de estilo bem alternativo quem carrega consigo uma cicatriz emocional que o impede de seguir com seu sonho.

Repetindo que este vai ser um romance adolescente bem básico, devo dizer que foi satisfatório. Faltou para mim um algo mais, mas também não houve grandes negativos. Quem gosta do gênero, vai gostar do livro. Além do mais, a Dessen é uma autora bem experiente, por isso há uma garantia a mais aqui de um livro satisfatório. Meu grande comentário é como que essa menina escapava de casa toda noite e ninguém nunca fez nada a respeito?? Como todo bom YA tem dessas situações estranhas que acabam desafiando nossa vontade de manter suspensa a crença, rs. Por outro lado, Eli é o típico mocinho de YA também, capaz de arrancar suspiros nas horas certas ;)


Antes Que Eu Vá

Título original: Before I fall
Autor: Lauren Oliver
Editora: Intrínseca
Ano: 2011
Páginas: 368

Sinopse: Samantha Kingston tem tudo: o namorado mais cobiçado do universo, três amigas fantásticas e todos os privilégios no Thomas Jefferson, o colégio que frequenta — da melhor mesa do refeitório à vaga mais bem-posicionada do estacionamento. Aquela sexta-feira, 12 de fevereiro, deveria ser apenas mais um dia de sua vida mágica e perfeita. Em vez disso, acaba sendo o último. Mas ela ganha uma segunda chance. Sete “segundas chances”, na verdade. E, ao reviver aquele dia vezes seguidas, Samantha desvenda o mistério que envolve sua morte — descobrindo, enfim, o verdadeiro valor de tudo o que está prestes a perder. (Extraída do Skoob)

Avaliação:

 

Esta é uma história de repetição de dia. Depois de morrer num acidente de carro, Sam fica revivendo infinitas vezes aquele dia. Mas também tem a ver com autoavaliação. Claro que há muitos YA's por aí que a principal é uma garota popular, entretanto, eu os considero mais raros, porque o que o autor quer é que a leitora se identifique com aquela adolescente, né? No caso da Sam, ela está, assim como suas amigas, entre as mais populares da escola e não é nada gentil com as pessoas a seu redor.

Claro, ao longo do livro, revela-se que no fundo, bem dentro dela, ainda está lá aquela garota normal que acha nem merecer o lugar que ocupa e em vários desses dias ela até mesmo se desfaz de toda sua pose. Ignoremos este detalhe, rs. Ainda acho uma principal curiosa e eu gostei bastante da narração dela. Por todo o livro, a Sam procura descobrir o que precisava fazer para o dia acabar. Salvar suas amigas? Fazer boas ações e aprender a ser melhor? Executar algum trabalho oculto? Ou aquela repetição eterna era a própria morte?

Confesso que a razão de ela estar sofrendo isso não me deixou muito curiosa e acabei aproveitando o passeio. A autora não apenas usa a fórmula de repetir eventos com leves alterações e grandes consequências para provar a importância da Sam naquela engrenagem que culminou na tragédia. Ela também aproveita para levar Sam a outros pontos, observar o dia de outros lugares, com outras pessoas, e aprender mais sobre si, sobre as amigas e até sobre a família — há umas lindas cenas dela com a irmã mais nova que eu adorei.

Este é um daqueles livros que mereciam 3,5 na nota, a bem da verdade, porque existe algo a mais ali do que você espera de início. Uma pena não podermos matar uma coruja para dar metade dela aqui na nota.

Para quem não recomendo: quem espera romance. Existe algo aqui no livro, mas ele foca bem pouco. Seu interesse não é nem a amizade, mas um descobrimento de si mesmo e de como você pode melhorar ou piorar a vida de todos a seu redor. É interessante vermos que, com apenas a Sam de diferente, aquele dia poderia ter sido de grande importância, ou apenas um dia como outro qualquer.  Obviamente, aqueles que adoram diferentes pontos de vista; embora só tenhamos realmente o da Sam, eles poderão se interessar por esta história.


Maybe One Day (Talvez um dia)

Título original: Maybe One Day
Autor: Melissa Kantor
Editora: HarperTeen
Ano: 2014
Páginas: 400

Sinopse: Zoe descobre que sua melhor amiga sofre de um tipo raro de leucemia e precisa lidar com a importância dela em sua vida, especialmente quando ela se percebe apaixonada pelo mesmo garoto.

Avaliação:


Eu me perguntei se deveria comentar sobre essa paixão em comum entre as duas... Confesso que foi o que me fez querer ler o livro, porque pelas resenhas vi que ele era bastante sobre amizade, mas o resumo no site focava nesse garoto. Devo primeiro de tudo dizer que o garoto aparece bastante, mas o fato de ela gostar do mesmo garoto não faz quase diferença alguma. Acho que foi só alguma tentativa de a autora estabelecer que tipo de pessoa a Olivia, a amiga da principal, era. Sinceramente, a história dá na mesma. Mesmo dizendo isso, preciso destacar que a Olivia é uma das raras amigas de YA que ficaram muito bem construídas, gostei bastante da personagem. Mesmo quando não concordasse com algo que fazia, era possível compreendê-la.

Na minha opinião, este livro enrola muito em umas partes, perde tempo com outras e o texto em que a autora usa para explicar sobre a leucemia pareceu muito superficial. Acho que teríamos ganhado mais se ela pusesse boa parte daquelas informações em um diálogo em vez de pôr a Zoe — nossa narradora — para dar aula para o leitor. Incomodou um pouco o tom didático.

Outra crítica é a velocidade com que a doença avança. Digo, imagino que câncer seja algo rápido e bem o livro de fato mostra um ano quase inteiro na vida da Zoe, mas tinha vezes que tudo acontecia simplesmente rápido demais. Meu maior problema mesmo foi a descoberta da Olivia. Posso ter entendido errado, mas me pareceu que em uma manhã ela foi ao hospital, descobriu a leucemia, já começou o tratamento e aí ligou para a amiga na mesma tarde. Não estou exagerando, é só um relato da cena. A autora poderia ter passado a ideia de algo abrupto sem exagerar tanto. Ao menos ligar para a amiga, por exemplo, poderia ter ficado para o dia seguinte?

Mais uma e a que realmente me irritou: todo mundo parecia mais que disposto a mostrar para a Zoe que ela também era importante. Sim, fiquei muito feliz que ela não precisou passar pela fase de "e minha amiga" e a autora ainda conseguiu deixar claro que a Olivia não perdeu atenção por isso. Eu só... não aguentava mais todo mundo repetindo isso para a Zoe. Ficou chato depois da segunda vez, sério. E nem serviu muito para a história andar. As pessoas podiam se importar com a menina sem precisar espalhar isso aos quatro ventos.

Um comentário menos crítico, mas que me deu nervoso. A Olivia ainda estava relativamente bem quando ela começou a reclamar que poderia morrer ainda virgem. Não quero criticar a Zoe, mas a autora, ninguém poderia ter sugerido nada? Ela tema  ideia doida de se mudar pro Alasca e ninguém nem pensar em sei lá... chamar alguém do time de futebol do irmão dela? rs. Sério, eu como amiga já estaria pensando ao menos em simular uma festa de despedida de solteiro... a mãe podia vetar depois e pronto, nem dava trabalho. Mas gente, que agonia me deu pela Olivia!

Última reclamação... não que a Zoe não tivesse química com o Calvin e até houve sua dose de cenas fofinhas, mas será que a autora nunca considerou o irmão da Olivia? A Zoe definitivamente era mais amorosa com ele, rs. E eu... torci. Confesso. Ainda mais numa cena em que os dois estão bêbados juntos!

Enfim, este livro podia ter romance, mas foi realmente sobre amizade. E apesar de estar tão cética com como a autora estava lidando com o enredo, consegui ficar bem emocionada algumas vezes. Ela conseguiu provar que a amizade das duas era bonita, isso ela conseguiu. Recomendo o livro a quem gosta de uma história mais triste, mesmo que não excessivamente.

E não, não entendi esse título, mas foi chamativo o suficiente. 


Hold Still (Fique parada)

Título original: Hold Still
Autor: Nina LaCour
Editora: Dutton
Ano: 2009
Páginas: 304


Sinopse: A melhor amiga de Caitlin comete suicídio e agora ela foi deixada sozinha com o diário da amiga, escrito no formato de cartas para pessoas e objetos.


Avaliação:


Esta é superficialmente uma história sobre amizade, mas acho que a melhor forma de descrevê-la é dizer que seria de auto-descobrimento. Nossa principal está bastante deprimida com a partida de quem era a única pessoa com quem ela andava. Talvez, para mostrar essa letargia, o início do livro é lento demais. Não sei dizer se vale a pena insistir, mas se for seu tipo de história, dê uma chance, o ritmo dá uma melhorada. Ainda é um pouco lento. Pouco realmente acontece. Ademais, há uma ou outra percepção errada da Caitlin que me deu nervoso por um tempo, já que para mim parecia bem óbvio e aí perdi um pouco da identificação com ela.

Há algum romance e talvez satisfaça quem busque isso, mas já digo que definitivamente não é o foco. Mesmo assim, há uma cena bem interessante mais para o meio...rs

O que eu realmente gostei aqui, meu grande destaque é a apresentação sobre a amiga da Caitlin. Ele se alinha em não haver uma causa específica para o suicídio e explora isso bem. Foi o que me marcou do livro. Não quero entrar em detalhes sob risco de estragar o livro aos leitores — e ele nem tem uma história tão apelativa assim — mas tinha que destacar esse tratamento. À época eu acabei sem querer lendo vários livros sobre a temática de suicídio e este soube trabalhar melhor.

Provavelmente, quem gostou do aspecto dramático de A Playlist de Hayden irá gostar, só adianto que não há mistérios aqui.


 Crash into me (Colida contra mim)

Título original: Crash into me
Autor: Albert Borris
Editora: Simon Pulse
Ano: 2009
Páginas: 257

Sinopse: Quatro adolescentes suicidas que se conhecem da internet fazem um pacto de morte. Eles decidem se encontrar para partir em uma viagem de carro pelos Estados Unidos com pontos de parada locais de descanso de famosos suicidas e ponto final o Vale da Morte, na Califórnia.

Avaliação:


A ideia é mais interessante que o desenvolvimento, já adianto. Mas o resultado não ficou tão ruim. Adiantando minha conclusão, achava que teria um tempero diferente e, no final, terminei com mais um livro de "road trip" pelos Estados Unidos. Digo, o tema suicídio é tratado extensivamente, não se engane. Há inúmeras curiosidades mórbidas aqui e muitos diálogos são interessantes. No final, contudo, ele estranhamente desemboca na importância da amizade de um jeito bem clichê para quem começou com quatro suicidas.

Engraçado foi o principal. Eu fiquei metade do livro esquecendo que era um homem. E o autor é homem, né? Por alguma razão, o livro soava bastante feminino. Até me perguntei algumas vezes se não seria o pseudônimo se nenhuma autora... não vi traços usuais de um autor homem. Mas ele aparentemente até trabalhou como terapeuta em uma escola, então deve existir, né? rs.

Gostei de como foi rápido identificar cada um dos principais. No início, os diálogos entre quatro pessoas me deixou um pouco tonta, mas o autor conseguiu estabelecer uma marca para cada um. Ademais, os segredos da vida real de cada personagem foram suficientemente interessantes. Há um segredo na vida do principal que não percebemos muito bem e achei que o autor mandou bem não martelando nisso e apenas deixando pelo caminho algumas inconsistências.

Por outro lado, como já disse, eu fiquei na vontade. Enquanto o livro foi muito bom em outras áreas, não sou fã de road trips. Abri uma exceção pelo tema, mas nem sequer morri de amores por quaisquer dos personagens. Quando começava a gostar, algo acontecia; a ponto de eu ter criado aversão a um deles e desconfiado de todos os outros.

A quem recomendo já é uma pergunta difícil. Talvez repetirei aos que gostaram de A Playlist de Hayden. Há bastante drama, mas o ponto de congruência está no que não encontramos em Hold Still. É uma história mais dinâmica e, como mencionei, há um mistério ali, ou até mais de um. Só não ocorre uma investigação como em A Playlist (que eu considero superior a Crash into me).


The Unofficial Zack Warren Fan Club (O fã clube não oficial de Zack Warren)

Título original: The Unofficial Zack Warren Fan Club
Autor: J.C. Isabella
Editora: Amazon
Ano: 2011
Páginas: 204

Sinopse: Chloe Baker costumava ter uma queda por Zack Warren a ponto de criar um fã clube em sua homenagem até um incidente de vandalismo à sua bicicleta durante o quinto ano. Mesmo agora, iniciando a faculdade, o fã clube parece continuar bem ativo sem ela. O que só poderia causa problemas agora que ela está prestes a ir morar com o próprio, devido ao casamento de seus pais.

Avaliação:


Este livro me fez ter medo de histórias autopublicadas. Claro que precisamos oferecer uma paciência maior. Fosse uma ótima autora, ela não estaria ali. E um editor é peça importante também. Este livro testou muito minha boa vontade.

A história é curiosíssima. E seria ótimo se o fã clube tivesse importância maior que nenhuma. Justamente o que me atraiu a arriscar mal foi comentado por toda a história e mesmo quando ele parece que irá criar alguma consequência... é uma cena tão forçada que substitua o fã clube inteiro por um pônei rosa ou uma salamandra azul ou um livro de Cinquenta Tons de Cinza que daria na mesma.

Um grave erro da autora é embutir muitas cenas e muitos acontecimentos, poluindo o livro. Para começar, ou você fala do romance entre a criadora do fã clube e seu ex-ídolo, ou você fala do romance entre duas pessoas que não se dão precisando conviver. Apesar do título, a autora pendeu mais para o segundo caso. Mas esse é o problema já na superfície. É tanto que vai desencadeando cenas no livro que eu ficaria tonta listando, mas temos um cara querendo sei lá por que transar com a menina e que sei lá por que também não para de persegui-la, temos uma tempestade atingindo o casal quando estão passeando de barco, temos até um rato aparecendo no meio da noite e forçando a se trancar no sótão a principal, quem tem medo de escuro. Esqueci de mencionar a possibilidade de a casa ser mal assombrada. E os problemas dela com o pai verdadeiro. Ela escreveu isso em capítulos e foi publicando enquanto escrevia? Porque a autora parecia desesperada para nos manter empolgados e me deu foi uma dor de cabeça, pulando de um evento para outro.

Quando li as resenhas antes de ler, achei a moça dizendo isto um pouco mente fechada, mas não foi agradável como a autora seguiu com o relacionamento dos dois, afinal, era para eles legalmente serem irmãos. Houve algum conflito sobre isso (como se jacarés comedores de cachorro já não bastassem para conflito), mas a resolução não soou muito convincente para mim.

Também esperem muitos erros ortográficos (Opera em vez de Oprah me fez parar por um tempo para entender) e gramaticais. Além de uma principal que não parece gostar de mulher nenhuma. Desculpa, exceto a mãe dela. Além do mais, o livro mais parece se passar em um colégio. O time de beisebol tinha a estrutura de um colégio, o lugar do almoço parecia muito pequeno, como o de um colégio e a mentalidade dos personagens era idêntica à de um colégio. O maior indicativo de que era uma faculdade foi o fato de eles viverem em um dormitório estranhamente leniente com garotos e garotas decidirem morar juntos. O bom disso é que a autora sei lá por que decidiu que nosso Zack era virgem. Bom porque eu morri de rir imaginando qual a importância que isso pode ter tido para ela. E bem, é meio fofo, né? Quantos caras de faculdade, e ele nem era calouro, que jogam beisebol e têm um fã clube, ainda são virgens? Não, eu tô falando sério que foi fofo.

Aproveitado que estou levantando o lado positivo do livro... vocês são familiares com o termo fanservice? Aquelas cenas que você sabe que não te levará a lugar nenhum, pois o autor só pôs para você ficar feliz de ver. Bem, o forte desta escritora parece ser isso. Ela é ótima para criar situações que levarão a algum fanservice, muito bem representado pelo fato de os principais dividirem um banheiro — e só o descobrirem tarde demais.

A quem agradará? Difícil responder esta...


Even When You Lie to Me (Mesmo quando você mente para mim)

Título original: Even When You Lie to Me
Autor: Jessica Alcott
Editora: Crown Books for Young Readers
Ano: 2015
Páginas: 352

Sinopse: Charlie é uma adolescente enfrentando problemas com sua própria imagem e que sempre gostou de ler. Um dia, ela conhece o novo professor de Literatura, que começa a tratá-la de forma especial, e com o tempo não pode mais negar que sinta algo mais por ele.


Avaliação:


Acho importante começar dizendo que este é o livro de estreia da autora. Nossa principal, Charlie é uma personagem um pouco inconstante, mas a marca que deixa essa ideia de primeiro livro bem mais evidente é o ritmo. Eu li este livro em um dia acho, o que eu não costumo conseguir fazer. O ritmo inconstante me fez desistir de muitas cenas e seguir em frente para as próximas, resultando ironicamente em uma leitura mais rápida que a convencional. Então, é quase um alerta, deem uma chance ao livro, mesmo se as cenas parecerem um pouco bagunçadas. Claro, se isso o incomodar muito, nem siga em frente.

Infelizmente, esse foi um grande influenciador quando escolhi dar três estrelas, porque eu gostei do livro a ponto de ter podido dar 3,5 arredondados para 4, fosse uma autora mais experiente.

Eu tive problemas com a Charlie, porque havia partes em que eu me identificava inteiramente com ela. Afinal, fui apenas mais uma adolescente com problemas ao me comparar com minhas amigas. Ela, além disso, tem a mãe que parece se importar com a imagem tanto quanto, deixando claro sua desaprovação com relação à filha. Foi muito fácil estabelecer essa conexão com a Charlie, como também foi fácil por causa disso achar que a autora perdeu o controle aqui. Eu teria preferido algo menos repetitivo, mas a história inteira repetia com todas as palavras o diagnóstico de um modo que mais pareceu etiquetamento o que mais sofria a Charlie do que com seus problemas de autoestima. Menos, dona autora, menos.

Não obstante achar excessivo como a autora martelou no tópico, essa preocupação da protagonista é tanto o tema principal quanto sua paixão pelo Senhor Drummond — um nome que apenas para os brasileiros soa bem propício a um professor de literatura, né?

Achei meio estranha a relação dela com a amiga, e a autora reconhece isso em passagens do livro, mas reconhecer o problema não o elimina. Por que esses YA's cismam em fazer amigas duas opostas? A extremamente sexual, que nossa protagonista julgará secretamente fingindo que inveja, e a principal quase freira. Quase, porque de repente elas saem pegando todo mundo. Esta história não é exceção. Acho até triste como as amizades são aleatórias na maioria desses livros, quando o momento em que ter amigos foi mais verdadeiro para mim foi justamente nessa época.

Se eu fosse definir o forte desta autora, seria pelos diálogos. Alguns foram tão divertidos de ler que eu até lembro de cor. Foram realmente um prazer!

Não sei dizer muito sobre a construção do romance por ela. De fato, pareceu crível que os dois eram professor e aluna, gostei de como progrediram com um toque ali, um assunto menos profissional aqui... Claro que para um livro sobre esse tipo de relacionamento tornar a barreira crível era fundamental, e eu diria que a autora teve sucesso. Já a transição não pareceu tão suave, na minha opinião. Houve horas em que franzi um pouco a testa e me esforcei para acreditar que os personagens realmente agiriam daquele modo.

Passada a transição, devo destacar que o desfecho do livro foi excelente, Digo, excetuando a parte da mãe... houve uma cena um pouco ridícula que poderia haver sido ótima, mais para o final. Claro, não irei contar aqui, mas vocês identificarão. Eu pensei algo na linha de: é assim que a autora quer mesmo terminar? Mas para o lado do romance, eu aplaudi de pé. Não que eu faria igual, mas aprovei a linha seguida. Sem contar que houve uma cena que...... vocês terão que ler para saber. ;)

É um livro para quem realmente quer ler, não é dos mais bem escritos e, como já mencionado, o ritmo desanima. A minha confiança na autora chegava a zero, por vezes. Ao mesmo tempo, eu não parava de virar as páginas para saber se ela ia ou não pegar o Drummond, rs. Foi uma boa diversão e até me deixou com vontade de mais livros sobre o assunto. Não que já não me interessasse previamente, mas fazia anos que já achava meio saturado. Agora fiquei na vontade.

E sem dúvidas, ficarei atenta ao que a autora lançar futuramente. Tenho esperanças de leituras 4 corujas!

4 comentários :

  1. O único que li dai foi Antes Que eu Vá. Tenho que parar de ficar esperando ficção científica em livros adolescentes! Fiquei super chateada quando teve aquele final e não apareceu nenhuma TARDIS ou sei lá, para explicar o evento. v.v

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    1. Explicação em YA é bem melhor não ter xD Mas realmente aquele final acho que foi a autora que cansou de escrever a história XDDD

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  2. Não li nenhum desses livro, e creio que o único que já conhecia é "Antes que eu vá - Lauren Oliver".
    Tenho interesse em "Sarah Dessen", apesar de você ter classificado apenas com "3 corujas" rs
    Beijos
    Dri

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    Respostas
    1. Pode deixar que três corujas ainda é bom. ;) E muito obrigada pela visita ao blog!
      Beijos

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