28 maio 2016

{Resenha} Imperfeitos (Flawed #1) - Cecelia Ahern

Título Original: Flawed
Editora: Novo Conceito
Ano: 2016
Número de Páginas: 320

Foi o último momento perfeito em minha vida.


Esta obra foi lida na forma de cópia digital antecipada fornecida pela editora em troca de uma opinião franca.

Resumo: Celestine sempre tentou alcançar a perfeição. Ela não é popular porque gosta da segurança de ser normal e se encaixar. Diferente da irmã mais velha, que sempre fala o que pensa e age por impulso, Celestine sempre foi perfeita, com o namorado perfeito, filho do poderoso, mas amigável com Celestine, Juiz Crevan – a quem ela chama de Bosco – com a família perfeita – exceto por Juniper que parece nem mesmo querer fazer parte dela. Mas o mundo dela não é perfeito, os Flawed (do inglês, defeituosos) estão por toda parte, suas peles marcadas com sinais correspondentes aos lapsos morais. Um dia, o julgamento de Celestine falha e a leva direto ao Tribunal Flawed, onde ela depende de Bosco – ou ela deve chamá-lo de Juiz Crevan de agora em diante?



Sendo o primeiro livro YA da Ahern, eu não fazia ideia do que esperar. Confesso que escolhi esse livro pela autora, por isso falhei em notar dois detalhes negativos para mim: é uma distopia e o primeiro de uma série, dois tipos de livros que eu tendo evitar. Talvez por causa disso o começo não me empolgou. Celestine é um personagem irritante, completamente cega a ponto de que quase não pude aceita-la como real. Ahern não estava forçando as coisas demais? No entanto o livro dá uma guinada a partir do julgamento e fui sugada para aquele mundo.

Ao mesmo tempo, tive que me conter e não julgar construção do universo. O conceito de Flawed é muito real, vindo de uma razão muito crível, algo como a grande crise de 2008/2009. Começando com a premissa de punição moral, Ahern pegou elementos do antissemitismo durante a Segunda Guerra e também muito de histórias do Apartheid. Achei um ótimo tema, apenas Uau! E as marcas, a descrição dela de como elas são feitas, isso me fez chorar por muitas, muitas páginas – até me perguntei o que tinha de errado comigo que me emocionei tanto, mas esses são os fatos.

No entanto, o argumento da preservação daquele mundo não se sustenta contra uma visão crítica. A não ser que ela dissesse que a Segunda Guerra Mundial nunca aconteceu, que a ONU não existe... Eu acho que os cidadãos no livro são cegos em demasia. Ela inclui grupos rebeldes, mas eu não fiquei convencida de que as coisas podiam mesmo ser como lá descritas. Quanto mais eu lia, mais desaprovava. Como um YA, do qual você não espera muito, pode bastar; mas Ahern poderia ter sido menos ingênua. E tão mais assustadora. Se tivesse criado personagens mais lógicos, a história seria digna de tirar meu sono até alcançar o final e saber que todo mundo ficaria bem.

Dessa forma, espere uma história rasa, mas ainda assim uma boa história. O enredo de Flawed foi realmente algo que me afetou e até agora eu estou pensando em como as pessoas se comportariam se aquilo fosse real. E, bem, não é um pouco? Eu digo que a forma como ela descreveu as reações ao sistema não eram críveis (e até mesmo o próprio sistema parece centralizado demais para algo que supostamente se espalhou por um país inteiro; só havia três juízes? E ninguém para revisar seus vereditos? E como suas sentenças podiam ser tão fora de proporção, e tão poucos reclamarem disso?), mas a implementação de algo similar não é tão longe da realidade, mesmo em menores proporções (a princípio?).

Novamente, Ahern me decepcionou na parte do romance. Art... é um nome infeliz para um cara tão sonhador quanto ela tenta pinta-lo. E eu nunca entendi por que Celestine se conectou a Carrick tão prontamente. Esta é uma série, então eu espero que ela encontre uma terceira opção. De novo, nós nunca vemos muito de Carrick além de episódios clássicos do herói de YA. Acho interessante como Ahern é uma autora conhecida por romances, uma autora da qual gosto muito, e apesar disso tudo, nunca apreciei o romance nos livros dela. Pelo menos, isso está longe de ser o centro da história. O problema é exatamente quão solitária Celestine se torna depois de tudo.

Minha nota, na verdade, é 3.5. Está definitivamente acima de 3, então eu arredondei para 4, mas não é um verdadeiro 4 estrelas. Talvez por enquanto? Eu não faço ideia do que ela planeja para a série, e eu estou ansiosa para descobrir o que será desse mundo na sequência. Apesar de ser apenas um pouco acima da média, é uma leitura fácil e rápida para mim, apesar do tamanho. Eu o recomendo, mesmo para aqueles que não gostam tanto assim de YAs – contanto que você reconheça o livro como um YA, sempre com um pé atrás.

Capa original:


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