15 agosto 2015

{Resenha} O Namorado da Minha Melhor Amiga - Elizabeth Scott



Sarah é apaixonada por Ryan há anos. Ele é fácil de conversar, superinteligente, e totalmente encantador. Recentemente, até parece que ele tem prestado mais atenção nela. Tudo seria perfeito, exceto por dois pequenos detalhes: Ryan é namorado de Brianna, e Brianna é a melhor amiga de Sarah. Sarah se obriga a evitar Ryan e tenta se convencer de que não gosta dele. Ela se sente muito culpada por desejá-lo, e a última coisa que quer é magoar a melhor amiga. Mas quando ela se vê com Ryan numa noite, alguma coisa acontece entre eles. É maravilhoso... e horrível. Sarah é devastada pela culpa, mas o que ela sente é como um vício, algo que não consegue deixar de querer mais e mais...


Sarah tem como melhor amiga Brianna, que é uma figura radiante por quem se interessam todos os garotos que elas conhecem. Na verdade, muitas vezes, os garotos só se aproximam de Sarah para poderem chegar a Brianna, ou ao menos permanecer por perto. Apesar de não demonstrar preocupar-se especialmente com isso — elas se conhecem desde o jardim de infância, não foi difícil aprender a se esquivar desses tipos —, Sarah tem um grande problema. Desde muitos anos esteve apaixonada por Ryan. E ele agora é o namorado de sua melhor amiga, conforme muito bem revela o título em português.

O livro é narrado no presente e em primeira pessoa pela Sarah, o usual de YA's. Há, contudo, tantas passagens contando lembranças que até parece um tempo narrativo misto. Ademais, a técnica da autora é de quase uma defesa da Sarah. Ela frequentemente irá te apresentar o fato, dizer o argumento contra como ela agiu e te mostrar uma lembrança que mostra que embora ela esteja errada, Brianna também não tem a melhor das condutas.

Devo confessar que a Elizabeth Scott tornou-se, quase por acidente, uma de minhas escritoras favoritas de YA. Ela não deve estar sequer na lista de autoras conhecidas de muitos que me leem aqui, se estiver na de alguém, mas acho linda a forma como ela expõe suas principais.

Infelizmente, este livro veio com o defeito da amizade dependente. Já mencionei em alguma outra resenha como eu não suporto esse clichê. Menina quieta e sem sorte no amor amiga da menina provavelmente mais popular em toda a escolha entre os homens. Odeio tanto que já levei tapa na cara de um YA que jogou esse preconceito contra mim e me provou que era eu quem estava julgando mal as pessoas. E, como veem pelo meu infelizmente, e eu esperei tanto que a Scott o fizesse, não aconteceu isso aqui.

Entretanto, não é tão preto no branco também. A Scott apresenta um pouco da vida da Brianna e não simplesmente nos fala que ela é uma amiga má que merece os chifres que levou. A gente compreende muito bem até porque a Sarah continua com ela mesmo quando sua própria mãe a aconselha repensar um pouco aquela amizade. Brianna teve uma criação difícil e sua vida só piorou com a separação dos pais e as constantes disputas por guarda que a tratam mais como um objeto. Sem o amor dos pais, concluímos que seu jeito com os garotos parece ser uma tentativa de compensação. Igualmente, sua distância das pessoas também parece reflexo disso. Quanto a essa parte, a autora está de parabéns.

Gostei especialmente da família da Sarah, senti tanto carinho pelos pais dela que eu acabava concordando com a Brianna sempre que falava preferir ali.

Por fim, o Ryan. Nosso grande garoto, que acaba no meio das duas amigas. Por tantas vezes eu lancei olhares feios para ele, impossibilitada de culpar Brianna, negando-me culpar a Sarah... era bem fácil culpá-lo. Mas ele era fofo. Fofo demais. O cara podia fazer o que queria que eu acho que acabava perdoando. Droga.

E por todo livro a reação que mais me causava era essa mesma: de quem é a culpa, afinal? Quem eu crucifico para resolver logo tudo e as duas poderem ser amigas de novo? Claro, não irei dar essa resposta, é você quem vai decidir este caso.

Um comentário adicional rápido,  não gostei muito da tradução. Talvez seja apenas para que as pessoas notassem mais o livro, mas ficou um título popular demais. Entendo que "a regra não escrita" soa um pouco estranho para o nosso idioma, mas faz um título muito menos corriqueiro, não acham? Mesmo que não fosse uma tradução mais próxima, poderiam haver pensado em uma tradução assim em vez de nome de filme da Sessão da Tarde... Até porque, como a própria Sarah pontua, ela o viu antes de ser da Brianna, rs.


Avaliação:



Serviço 
Título Original: The Unwritten Rule
Editora: Underworld
Ano: 2013
Número de Páginas: 220

3 comentários :

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oie
    Minha primeira visita no blog e gostei muito!!
    Não conhecia este livro, mas ele tem uma premissa bem interessante, gostei.

    Beijos
    http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com.br

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