Título Original: The Swap
Autor: Megan Shull
Editora: HarperCollins
Ano: 2017
Número de Páginas: 272
Garoto encontra garota. Garoto e garota trocam de corpo...
Resumo: Ellie tem 12 anos e está sofrendo bullying nas mãos da ex-melhor amiga. Jack, aos 13, tem 3 irmãos mais velhos e um pai que não saem do seu pé. Quando os dois se encontram, desejam ter a vida “fácil” um do outro, trocam de corpos e enfrentam um fim de semana que vai ensiná-los a abraçar sua individualidade.
Impressões:
De vez em quando eu pego um livro protagonizado por pré-adolescentes, do tipo leve e divertido. Quando vi que A Troca inspirou um filme no Disney Channel, achei que sabia exatamente onde estava me metendo. Afinal, é a história de um garoto e uma garota que trocam de corpo. Quantos filmes hilários já fizeram sobre isso? Não tem como não ser engraçado, não é mesmo?
Não é mesmo?
A Troca prova que tem.
Jack e Ellie se conhecem e, aparentemente por causa de uma enfermeira bruxa misteriosa (digo isso porque ela aparece em uma única cena e nunca mais é mencionada), trocam de corpo para aprender... sei lá, importantes lições sobre valorizar a si mesmo? Entendo a importância da mensagem, mas bem que a viagem podia ter sido um pouco menos chata.
O casal pré-adolescente, nos corpos um do outro, não têm nenhum problema maior de adaptação que leve a situações engraçadas ou minimamente interessantes. O pai de Jack é um tirano que faz os filhos executarem uma rotina de exercícios insana, digna de um pelotão do exército, mas Ellie consegue levar numa boa, “porque o corpo de Jack está acostumado a isso”. Ela também não tem nenhum problema vivendo em uma casa cheia de homens, inclusive dividindo o quarto com um deles. Estamos falando de uma menina de doze anos, filha única, cuja maior dificuldade na vida é jogar futebol... Isso é no mínimo estranho.
Quanto a Jack, ele vê menos problema ainda em ter uma tarde compras com a mãe, incluindo provas de lingerie. O único indício de que estamos vendo um garoto é o ocasional pensamento de que se sente tímido perto das amigas de Ellie e que talvez esteja começando a gostar de uma delas – o que fica meio no ar, porque a autora não se importa em desenvolvê-la a ponto de o leitor simpatizar com o possível casal.
Eles podiam ter ficado no corpo um do outro para sempre, sem nenhum prejuízo ou sem qualquer parente perceber algo realmente errado.
Adicione a isso uma narração irregular, com passagens preguiçosas onde as conversas são narradas em formato roteiro; personagens que mudam completamente de personalidade meio que por magia; protagonistas insípidos... em nenhum momento eu me peguei realmente torcendo por eles, até porque não tinha nada pelo que torcer. Esse livro praticamente não tem conflito. Nem o clichê de um se apaixonar pelo outro a autora se deu ao trabalho de escrever.
Tudo o que sobra é um livro bem chato, com raros bons momentos. A única personagem que gostei foi a mãe de Ellie. Ela não protagonizou nenhuma cena especialmente interessante – era apenas a mãe legal que dava conselhos sábios – mas deu para sentir o potencial.
Talvez o livro agrade leitores mais jovens, e tem uma mensagem legal, mas não recomendaria por aqueles esperando diversão. De repente acabo gostando mais do filme.
Avaliação:
O filme é pior, se eu não soubesse que era uma adaptação desse livro, iria achar que era só mais um filminho bobo da Disney, a não ser os nomes e a troca não há nada de semelhança. sobre o livro os personagens masculinos frisavam tanto a masculinidade deles com frases tipo: isso é coisa de mulherzinha, isso não é másculo, etc etc. Me deu preguiça, e acho que a autora não se importou com o fato da menina de DOZE ANOS vere os irmãos do menino pelados. WTF?!
ResponderExcluirHaha, pior que é mesmo. Acabei vendo o filme um dia desses por acaso esperando uma comédia e só me deparei com uma versão ainda mais besta dos personagens. E, sim, isso da garota ficar vendo os irmãos pelados e nem piscar direito foi superbizarro. Até parecia que era rotina na vida dela. WTF indeed.
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