26 agosto 2015

{Resenha} Lick (Stage Dive #1) - Kylie Scott


"Uma noite de aventuras. Um casamento inusitado. E uma ardente história de amor..." 

#SQN


Sobre o que é: Evelyn Thomas, garota comum e certinha, vai à Las Vegas comemorar seu aniversário de 21 anos na companhia de uma amiga, e acorda na manhã seguinte sem lembrar-se de nada do que aconteceu na noite anterior. O problema é que ela se casou com David Ferris, o guitarrista do Stage Dive, uma banda de rock famosa; e ele não parece nem um pouco feliz com sua falta de memória.


O que esperar: Um enredo que pretende ser romântico, mas na verdade só consegue ser absurdo e um monte de cenas de sexo genéricas – o que significa livre de BDSM ou qualquer outra coisa mais radical que apareça em livros do gênero hoje em dia.


Opinião: Antes de tudo, preciso esclarecer que o mais perto que cheguei de um New Adult antes desse livro foi uma tentativa fracassada de ler Cinquenta Tons de Cinza. Pergunto-me se o gênero é uma evolução daqueles livros vendidos em bancas de revista, onde o plot não é tão importante assim. Conheço mais de uma pessoa fã dos mesmos e elas geralmente esperam apenas um romance de classificação adulta com final feliz, sem nenhuma exigência. Se esse for o caso, Kylie Scott atingiu o objetivo com louvor. Se não...

O livro começa com um texto fácil de ler e bastante tolerável, mesmo para alguém que não seja fã de romance, pela pitada de humor originária no absurdo da situação da protagonista. Evelyn acorda em um quarto de hotel em Vegas, acompanhada de um completo estranho e a mãe de todas as ressacas. Ela então descobre que não só está casada com o dito estranho como até mesmo tatuou o nome dele em lugar interessante de seu corpo, embora não tenha a mínima lembrança de como tudo isso aconteceu. Os dois, ele a contragosto, ela hesitante, mas decidida, concordam em se divorciar assim que possível. Ela volta para casa planejando esquecer que aquilo aconteceu e seguir adiante, mas a situação fica difícil de ignorar quando a história vaza para os paparazzi, que passam a segui-la no instante em que pisa no aeroporto. 

Para afasta-la do caos provocado pela mídia, David convida Evelyn para ir até a casa ocupada pela banda – uma mansão eternamente em festa e cheia de garotas de biquíni –, onde eles terão a chance de resolver o problema em que se meteram. Até ai o livro consegue manter algum interesse. A garota tem uns surtos engraçados e algumas descrições são tão absurdas (mesmo eu achando que não foi a intenção da autora), que me divertiram. A partir do momento em que os protagonistas ficam sozinhos, porém, aquele pouquinho de humor desaparece dando lugar a uma sensação crescente de se estar devorando um pacote extragrande de suspiros, algodão doce ou qualquer outra coisa que leve a um coma diabético. 

David e Evelyn se casaram a quanto tempo? Um dia? Mas eles decidem quase imediatamente que foi a melhor decisão que tomaram na vida e que o amor vencerá tudo, porque é claro que um dia é o bastante para você saber que alguém é o amor da sua vida. Como é que vocês acham que os casamentos davam certo lá pelo século XIX? Na Índia...?

E claro que a melhor maneira de solidificar um relacionamento é com sexo. E uma pausa para descobrir a cor favorita um do outro. E mais sexo. E alguns diálogos engraçadinhos que a essa altura eu não estava achando graça nenhuma, porque tudo o que podia pensar era: VOCÊS SE CONHECEM A UM DIA! Ou dois, que seja. Menos, porque a garota não se lembra da noite em que se conheceram e se casaram. Ela achar o cara lindo não me soa como uma razão boa o bastante para continuar casada; e se ele for um serial killer? Se ela achasse uma máquina caça-níqueis linda, teria saído correndo com ela direto para a próxima capela??? 

Ok, tudo bem, acontece. Quem nunca bebeu todas, mandou um monte de mensagem pela Internet para as amigas escandalizando e esqueceu tudo no dia seguinte? Casar é quase a mesma coisa. Mas “parece certo” é mesmo uma razão que os leitores acham convincente para um casal que não sabe nada um sobre o outro ficar junto em pleno século XXI? Dar um tempo para se conhecerem ou pensarem no assunto longe da presença um do outro parece demais? 

Tudo bem que a autora resolveu esse problema de dar um tempo, mas não com os personagens agindo de forma madura. Ela obriga os dois a passarem um mês separados por causa de algo que o David faz. Infelizmente isso não leva a nenhuma evolução por parte dos personagens, só a mais sexo e algumas cenas de DR constrangedoras.

O texto do livro também não ajuda. Alguns autores conseguem te convencer de enredos bem mais absurdos usando as palavras certas. Lick, porém, passou de um texto simples e direto ao ponto, para algo simplesmente preguiçoso. Lembro-me de ter visto até um “só que não” perdido nas divagações de Evelyn. Esse tipo de vocabulário só fez reforçar a sensação de se estar lendo um drama adolescente. David e Evelyn raramente soam como adultos. 

Quanto aos personagens secundários, a melhor amiga de Evelyn e Mal, o baterista da banda, têm seus momentos. Os pais da protagonista são absolutamente clichês e há uma ex-namorada ciumenta que também não acrescenta muito. Não vou comentar a tentativa de inserir um passado trágico para o David porque foi outra coisa que não fez o menor sentido. Ninguém que não confia nas mulheres sai de casa e se casa com uma desconhecida fazendo juras de amor eterno. 

Enfim, já escrevi demais e não quero estragar o final para quem pretenda ler mesmo assim. Volto a dizer que não sou fã desse gênero especifico e talvez alguém mais interessado encontrasse pontos positivos que me escaparam. Para mim, nada funcionou.


Avaliação:



Serviço 
Título Original: Lick (Stage Dive #1) 
Editora: Universo dos Livros 
Ano: 2015 
Número de Páginas: 304

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