24 agosto 2015

{Resenha em Dupla} Como Eu Era Antes de Você - Jojo Moyes



"Você só vive uma vez. É sua obrigação aproveitar a vida da melhor forma possível."

SOBRE O QUE É

Resumo oficial: Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro. - (Amazon)

Leila: Lou tem 26 anos, uma vida pacata e tranquila, um namorado (babaca, vou voltar a ele mais tarde) e mesmo sem saber o que fazer da vida consegue levar as coisas numa boa. É o que ela pensa até que o café onde trabalha fecha e ela se vê obrigada a procurar por outro emprego. Dentre as vagas mais improváveis está a de cuidadora; sem experiência na área ela acha que não vai conseguir o emprego até que é chamada e a convivência com o ranzinza milionário tetraplégico Will Traynor muda a sua vida para sempre. 

Anita: Muitos sempre frisam em resenhas sobre este livro, mas eu não li nenhuma antes. Este não é um romance. A história tem a ver com o amadurecimento da Louisa, ou Lou, que se encontra pressionada por sua situação familiar e, principalmente, pelos eventos do passado, de tal forma que sua vida estagnou-se em uma sucessão de empregos sem esperança de promoções. Encontrar Will e a situação da família Traynor pareceu inspirar nela um objetivo de vida. Infelizmente, os acontecimentos do livro revelarão que há muito mais por trás da situação de Will. E esse tapa na cara do leitor — eu — que começou esperando uma história bonitinha no estilo Jane Eyre (okay, mau exemplo de bonitinho, mas...) realmente me pegou desprevenida. Passei metade da história sem saber o que pensar, mudando de lado em lado e me sentindo como a Lou.


VISÃO GERAL

Leila: Então... O que eu posso falar desse livro sem parecer uma fangirl desenfreada? Tá, não dá, então lá vai: EU AMEI ESSE LIVRO. Ao contrário da Anita, que não viu ele como romance, eu vi ele como um romance muito, muito, lindo. Sim, concordo com ela quando diz que o livro é sobre o crescimento da Lou, mas enquanto o crescimento da personagem acontece, o romance também vai acontecendo de forma gradual. É com a convivência com o Will, vendo o dia a dia dele, sabendo um pouco mais sobre a pessoa por trás daquela carranca toda, que ela vai aos poucos se apaixonando por ele e finalmente resolve se livrar do namorado cretino. Sim, li o livro há mais de um ano e nem o fato de saber que o Matthew Lewis vai interpretar o namorado dela no cinema me fez gostar mais do infeliz. E, pelo amor de Deus, isso não é spoiler! Todo mundo que compra esse livro já sabe que vai rolar alguma coisa entre eles.

Anita: Como comentei acima, eu o peguei esperando mais um chic lit, historinha de como o amor conquista tudo e tudo é possível. Descobri que não. Ou que o amor precisa também de compreensão? A vida é injusta e temos que pôr fogo no mundo inteiro? *momento para chorar* Okay, estou recuperada. *chora mais* Este livro é narrado do ponto de vista da Lou com alguns capítulos sob o ponto de vista dos demais personagens. Aos poucos, conhecemos a família da Lou, que precisa do complemento financeiro fornecido por ela, e também a de Will, devastada pelo acidente que o tornou tetraplégico, condenado a uma vida de dores extremas além do perigo de outras complicações que poderiam matá-lo de uma hora para outra. Lou acredita que foi contratada não por sua experiência, mas por seu jeito único para fazer Will um homem feliz como costumava ser antes da grande mudança. E isso pode parecer fácil quando Will reage positivamente – certo, ela não nota que é positivo até o dizerem a ela – , mas será uma tarefa quase impossível.

Leila: Ao mesmo tempo em que a gente vê a diferença no Will graças ao que a Lou faz, que nada mais é do que ser ela mesma, a gente também fica sabendo sobre os acontecimentos do passado da Lou. Um acontecimento em particular que a deixa extremamente desconfortável, mas que ela consegue dividir com o Will, coisa que, pelo que é contado na história, ela não foi capaz de fazer com o namorado babaca. Sim, vou xingar o infeliz até o fim da resenha.

Anita: O namorado e a irmã da Lou são dois personagens que eu poderia ter ficado sem, rs. Digo, foram importantes para o enredo, mas nossa, sempre que apareciam... 

Leila: Sim, mas a irmã dela eu ainda, sei lá, ficava calada. Porque ela é amargurada, já que tudo deu errado para ela. Mas o namorado não tem desculpa para ser babaca. Ele apenas é babaca. E vou parar por aqui senão acabo descontando demais e ainda quero elogiar (sqn) o infeliz nos pontos negativos. Acho que podemos partir para os pontos positivos. O que acha?


PONTOS POSITIVOS

Leila: Esse livro tem todos os pontos positivos para mim. Trata dos assuntos de forma delicada (o que acontece com o Will), tem romance, tem desenvolvimento de personagens, tem tudo o que precisa para fazer parte da minha lista de livros favoritos da vida toda. Até a irmã bocó e o namorado babaca ajudam no enredo da história. Detesto mais o namorado do que a irmã, mas dá para entender o porquê da necessidade dos dois dentro do universo que autora criou. Não foi a toa que eu chorei que nem criança em algumas partes do livro. Sim, já disse, sou manteiga derretida.

Anita: É lindo! O livro é lindo! Poderia ser tão superficial e só mais uma história bonitinha com um drama tratado de forma banal... – não é. A autora pareceu pesquisar bem sobre os problemas que tetraplégicos enfrentam (não que eu realmente saberia, mas garanto que aprendi muito) e não teve medo de ir em frente com o enredo, em vez de evitar adentrar detalhes das limitações do Will. E a Lou, que vi muita gente chamar de chata, foi bem apresentada, na minha opinião. Sim, ulteriormente, ela era a culpada de sua vida não andar. Podemos culpar milhões de causas, mas ela também poderia ter tomado as rédeas. Só que achei muito plausível a apresentação de por que ela não o fazia. Mais que isso, ela foi uma personagem interessante e até fofa em sua ingenuidade. Mais ainda, nós acabamos tragados por essa ingenuidade toda e... *pausa para tentar não lembrar as emoções do livro*

Leila: Também cheguei a ver muita gente tachando ela de chata e tudo mais, mas não consegui achar ela chata em momento algum. Gostei do fato dela passar de uma menina que não sabia o que fazer da vida a alguém que finalmente conseguiu encontrar um rumo e se livrar de todas as coisas que a colocavam para baixo (como o namorado babaca) e alguns fantasmas do passado que ainda assombravam a vida dela. A Lou é aquele tipo de personagem que te mostra que não interessa o quanto a vida de alguém pareça tranquila e sem graça, você não vai ter como adivinhar pelo que a pessoa passou ou está passando e como em alguns dias apenas, viver é uma coisa complicada de se fazer. Quanto ao Will, acho que eu posso dizer que aconteceu a mesma coisa. Qualquer um olharia para ele e pensaria: “coitadinho” ou “esse cara não tem do que reclamar”, já que é rico e tem tudo. Mas com o passar do tempo e da história, com os detalhes que a autora fornece, nós descobrimos que não é assim. Aliás, esse é um ponto muito positivo para a própria autora: ela soube dar profundidade tanto para os protagonistas, quanto para os personagens secundários de forma que todos eles fizeram, a sua maneira, a diferença na história. Acho que eu não tenho mais nada a acrescentar.

Anita: Adorava as descrições das roupas da Lou e, principalmente, a forma como o Will compreendia isso. Aliás, uma de minhas cenas favoritas é o jantar do Will na casa dos pais da Lou. Outro ponto de que gostei foi o tratamento ao que aconteceu no passado da Lou. O foco ficou mais no trauma que isso lhe causou que no evento em si, provando que a autora não queria nos chocar para vender mais. Isso eu aplaudo de pé. E, por fim, as reflexões a que nos leva a segunda parte da história. Não quero estragar nada para o leitor, mas preciso dizer que os argumentos apresentados para ambos os lados me fez ter dor de cabeça por dias. Não conseguir me acalmar até terminar tudo e saber que decisão foi tomada. Não é qualquer livro que consegue me fazer mudar tanto de posição assim... e até hoje eu ainda paro para pensar nessa história. A autora conseguiu deixar uma marca na minha cabeça, sem dúvidas. 

Leila: Sim!! Como pude me esquecer da cena do jantar? Adoro essa cena. Principalmente, vou ser repetitiva, o modo como ela demonstrou como é intima a relação de uma curadora com seu paciente. Mesmo nos casos em que não há nenhum tipo de envolvimento existe certa parceria entre eles. E o que me deixou mais feliz ainda foi o ciúmes que o namorado da Lou sentiu, quando reparou nessa intimidade entre os dois. Enfim, por mim passaria mais vinte paginas rasgando elogios ao livro, mas duvido que alguém teria paciência para tanto.


PONTOS NEGATIVOS

Anita: Tinha horas em que eu queria matar aquela irmã... A irmã e o namorado eram dois personagens que eu não aguentava. Certo, havia cenas em que a irmã era superlegal, como quando ela fez aquela pesquisa sobre atividades para o Will, mas era sempre ela o problema no final das contas. Mas isso é só raiva; por parte da autora é um positivo e não um negativo. Ela queria que nos sentíssemos assim. Já minha raiva com o Will não acho que estivesse no plano original dela. Eu compreendi sua situação. Compreendi tudo, pensei várias vezes em como ele devia estar certo. E aí ele começa a agir pelas costas da Lou e a praticamente forçar ela a agir desta ou daquela forma. Quando terminou o livro, não consegui tirar da minha cabeça que se ele não fosse uma pessoa tão mimada, que precisava tanto do controle de tudo, o desenrolar poderia ter sido mais aceitável. Independente do desfecho, meu grande negativo vai para a cara do Will. Por favor, cresça. Shit happens.

Leila: Agora é a hora de fazer a festa... Gente do céu, que namorado imprestável dos infernos. Além de ser fitness freak, o maledito ficava direto com cara feia pra cima da Lou por ela não ser assim. Ela torcia por ele, tentava até acompanhar, mas por não conseguir ele a tratava como se não fosse nada. E só para variar um pouco (como também acontece na vida real, convenhamos) ele só começou a tratar ela de forma mais decente quando se sentiu ameaçado pelo Will. Eu teria dado descarga nele, se pudesse, mas entendo completamente a necessidade dele na história, que foi única e exclusivamente para Lou ver que ela merecia coisa melhor.

Anita: Foi o pior mesmo, aquele cara se sentindo ameaçado pelo Will... Ele que não foi homem o bastante para se garantir, oras.

Leila: Digo mais. Eu RI quando isso aconteceu e fiquei fazendo uma dancinha pela casa do tipo: "Bem feito! Bem feito! Bem feito!"

Anita: Idem... rs. E até o final ele não se redimiu. Sujeitinho intragável!


ÚLTIMOS COMENTÁRIOS

Leila: O livro mais lindo da vida – ou pelo menos da Jojo Moyes –, na minha humilde opinião, até agora. Dos livros já publicados pela autora ainda preciso ler A Garota Que Você Deixou Para Trás e Em Busca de Abrigo, mas posso dizer sem sombra de duvidas que Como Eu Era Antes de Você é um livro lindo, que valeu a leitura, e que sempre que olho para ele na minha estante tenho vontade de reler, mesmo sabendo que a releitura com certeza ia acabar comigo (não interessa se já sei o que acontece). Não é à toa que eu dei cinco estrelas pra ele e daria mais cinco se fosse possível. Em suma: recomendo MUITO a leitura desse livro. 

Anita: Este livro foi uma surpresa positiva. Em vez de mais uma história de amor, fui presenteada com uma história de amadurecimento, superação e escolhas. Foi uma discussão sobre o próprio amor e sobre até que ponto conseguimos amar as pessoas. Recomendo, recomendo, recomendo! Só não dei cinco porque a autora não me convenceu por completo... e porque eu ainda quero acabar com a raça do Will por ser tão egocêntrico.


AVALIAÇÃO

Leila:


Anita:






Serviço
Título Original:
Me Before You
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Número de Páginas: 320

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