23 agosto 2015

{Resenha em Dupla} Claros Sinais de Loucura - Karen Harrington


"Existe o pai que você deseja e o pai que você tem. Com sorte, às vezes eles são a mesma pessoa." 

SOBRE O QUE É

Resumo oficial: Você nunca conheceu ninguém como Sarah Nelson. Enquanto a maioria dos amigos adora Harry Potter, ela passa o tempo escrevendo cartas para Atticus Finch, o advogado de O sol é para todos. Coleciona palavras-problema em um diário, tem uma planta como melhor amiga e vive tentando achar em si mesma sinais de que está ficando louca. Não é à toa: a mãe tentou afogá-la e ao irmão quando eles tinham apenas dois anos, e desde então mora em uma instituição psiquiátrica. O pai, professor, tornou-se alcoólatra. 

Fugindo da notoriedade do crime, ele e Sarah já se mudaram de diversas cidades, e a menina jamais se sentiu em casa em nenhuma delas. Com a chegada do verão em que completa doze anos, ela está cada vez mais apreensiva. Sente falta de um pai mais presente e das experiências que não viveu com a mãe, já se acha grande demais para passar as férias na casa dos avós, está preocupada com a árvore genealógica que fará na escola e ansiosa pelo primeiro beijo de língua que ainda não aconteceu. 
Mas a vida não pode ser só de preocupações, e, entre uma descoberta e outra, Sarah vai perceber que seu verão tem tudo para ser muito mais. Bem como seu futuro. - (Skoob)


Leila: O livro contra a história de Sarah Nelson e sua imensa preocupação em ficar louca. Ela passa metade do tempo escrevendo cartas para um personagem de O Sol É Para Todos (que eu ainda lerei) e tendo algumas outras preocupações típicas da idade, como ainda não ter dado seu primeiro beijo. O pai (cadê o selo do blog?) não é exatamente presente, a mãe também não, já que sumiu depois de tentar matar ela e o irmão (não, isso não é spoiler). O livro vai contar a história dela, bem como mostrar a expectativa da menina pra esse verão quando ela finalmente completa 12 anos. 

Elza: Um livro do tipo "coming-to-age", mas com uma heroína pré-adolescente - o que significa nenhum romance irrelevante para o leitor ter que lidar. Quando criança, Sarah foi vítima da loucura da própria mãe e precisa viver com as consequências pelo resto da vida. No verão em que faz doze anos, ela finalmente descobre se viver com isso é possível.


VISÃO GERAL

Leila: Gostei bastante do livro na época. Sim, sei que dei três estrelas, mas foi porque eu tinha lido, se não me engano, Garota Exemplar e, bem, qualquer pessoa que leu sabe que dar nota para qualquer outro livro depois é um pouco complicado. Os assuntos são diferentes, mas como eu não achei o livro a última coca cola do deserto e tinha lido outro livro muito melhor, achei que três estrelas seriam mais do que suficientes. PORÉM, depois de Cartas de Amor aos Mortos estou seriamente considerando em subir a nota de Claros Sinais de Loucura.

Elza: Esquece esse livro, mulher! Quanto a mim, fiquei em dúvida sobre que nota dar. Não foi por comparar à minha leitura anterior, mas porque Claros Sinais de Loucura é sobre uma menina de doze anos e eu tive a impressão de que seria mais apreciado por alguém na mesma faixa etária. De todas as formas dei um quatro por ser um livro sensível e sem exageros. Para mim a autora passou honestidade.

Leila: Tô tentando seguir com a vida, mas está difícil, já que essa desgrama de livro me deixou com ressaca. Mas vamos em frente. Sim, Claros Sinais de Loucura é mais fácil de alguém da faixa etária se relacionar, mas também mais fácil do público em geral acreditar na personagem como alguém "real", já que as coisas pelas quais a menina passa são mais da idade mesmo e o trauma dela, na minha opinião, me convenceu muito mais. Ok, são situações distintas, mas acho o comportamento dela mais passível de acontecer do que o da menina de Cartas de Amor aos Mortos

Elza: Juro que vou te mandar para a terapia amarrada se não parar de falar nesse livro! Claros Sinais de Loucura! Foco!!!

Leila: Tô focada! Mas enfim, gostei dele. Na época que li não dei nota maior porque tinha lido um livro muito bom antes e sabe como é. Não deu pra não comparar com o que eu senti com o anterior. Então acabei rebaixando a nota.

Elza: Bom, eu comecei a ler esse livro pouco interessada para falar a verdade. Confesso que julguei precipitadamente, achando que um livro sobre uma menina na puberdade ia me entediar até a morte. Mas ela tinha uma planta como melhor amiga! Só isso já merecia uma checada. Além disso, eu AMO O Sol é Para Todos. O que não amar sobre aquele livro? Fiquei até com vergonha de não ter comprado ainda a edição física e relido tudo. Dava para sentir Atticus, Scout e Jem me julgando.

Leila: Já eu, como gostei muito da sinopse do livro e de tanto que diziam que ele era bom, fui com muita sede ao pote e veja só no que deu. Por isso sou a favor de ler um livro sem saber absolutamente nada sobre ele. Minhas expectativas que eram grandes demais despencaram. Em parte porque a leitura foi um pouco arrastada e o livro é muito curto para isso acontecer. E só não senti essa pressão dos personagens de O Sol É Para Todos, porque eu não li o livro ainda, apesar de ter a versão física dele me olhando insistentemente da estante. 

Atticus: Leia-me, Leila. Tenho lições a te ensinaaaaar.

Elza: Atticus, Scout e Jem também estão te julgando. 

Leila: Ok. Juro que esse vai pular a fila de leitura e será o próximo pra nossa próxima Resenha em Dupla. Combinado? 

Elza: Siiim!


PONTOS POSITIVOS

Leila: Na minha humilde opinião, o livro retratou bem uma menina de 12 anos. Isso sem muitas firulas; ela não era superevoluída, com mentalidade de 18 anos num corpinho de 12. Tinha simplesmente noção da vida, das coisas que tinham acontecido com ela e com as pessoas em volta dela; tinha tempo pra se apaixonar (para saber por quem, leiam o livro!) e, em meio a tudo, tinha tempo de ter 12 anos com preocupações de menina de 12 anos. Isso foi o que eu gostei mais no livro.

Elza: Assino embaixo. Mesmo os personagens secundários agiam de forma condizente com a idade. O livro fez um esforço para que Sarah evoluísse durante a narrativa. As cartas que ela escrevia para Atticus Finch eram um desabafo que a ajudava a ter noção de seus próprios sentimentos. O fato do livro não ser dominado pelas cartas também foi um acerto nesse caso. Gosto de livros em formato de cartas, mas não teria funcionado. 

Leila: Sim, concordo. COM O QUE? CADE MINHA LINHA DE RACIOCINIO QUE TAVA AQUI AGORINHA? 

Elza: Concorda com minha brilhante interpretação dos fatos óbvios.

Leila: O fato do livro não ter sido escrito em cartas foi um alívio. Mesmo com as escolha dos personagens de O Sol É Para Todos como os destinatários, acho que tiraria parte da graça em acompanhar o que acontecia com a Sarah. Era divertido ver de perto o que acontecia em volta dela, com os personagens com os quais ela interagia. Faz sentido? 

Elza: Faz sim. A narrativa em primeira pessoa funcionou muito bem. Vou apontar também como ponto positivo a forma como a autora manejou a paixão unilateral de Sarah pelo vizinho mais velho. Vai soar muito perturbador se eu disser que achei os dois fofos? Tipo, claro que seria totalmente errado eles ficarem juntos porque ela tinha DOZE anos, mas eu sempre posso fantasiar com os dois se encontrando no futuro. Me julgue!

Leila: Julgo coisa nenhuma. Até porque meu coração de manteiga derretida interpretou o final que ela deu para os dois exatamente dessa forma. Como se eles tivessem uma chance em um futuro quando ela fosse mais velha. Super shippo os dois juntos sem medo de ser feliz. 

Elza: Bom, o final dos dois é mesmo aberto a interpretações. O problema é nosso passado obscuro envolvendo fanfics, lembra? Isso alterou nossa maneira de ver os universos alheios. Tipo: não me importo o que a autora planejou para os dois, ELES VÃO FICAR JUNTOS NO FUTURO E PRONTO! 

Leila: Exatamente. Nossa formação super é responsável por essa visão de "dane-se a autora, já tenho um final na minha cabeça pra eles e é esse e ponto". 

Elza: Tipo quando eu leio um Stephen King e ele mata todo mundo e eu abstraio e finjo que o livro terminou no capítulo anterior. Mas a gente está divagando novamente. Vamos aos pontos negativos.


PONTOS NEGATIVOS

Leila: Eu acho que aqui caberia lindamente o nosso selo de emancipação de novo. Eu sei que o pai dela tem uma desculpa para ser como é, mas nada justifica. Isso foi uma das coisas que eu não curti e me fizeram rebaixar a nota. Eu sei que tem pais assim por ai, mas caramba. Todos os pais em todos os livros nesse estilo sempre serem completos filhos de preá mancos e negligentes. 



Elza: Eu ia dizer exatamente a mesma coisa, que o pai foi o meu ponto negativo. Mas não tanto por ele ser negligente, mas porque a autora não ofereceu o lado dele. Acabei terminando o livro e não sentindo a menor simpatia pelo que ele estava passando. 

Leila: Acabei ficando com mais pena da mãe, mesmo sendo outra filha de preá, do que do pai, que teve a profundidade de um prato de alpiste raso. E chega. 

Elza: A mãe era doente mental, acho que isso a dispensou de ter um lado. Já o lado do pai fez bastante falta para mim. Ele tinha tanto potencial dramático. 

Leila: Acabou com o potencial de uma pulga, mas beleza. E a mãe eu super entendo o lado dela, porque depressão pós-parto não é brincadeira, mas mesmo assim. Você acaba entendendo o porquê da raiva da menina. Já que ninguém nunca explicou (e o livro também não explica) o que exatamente aconteceu com a mãe dela. 

Elza: Verdade. Não sou exatamente contra finais abertos, mas sou curiosa por natureza. As autoras deviam saciar minha necessidade de saber da vida alheia. 

Leila: A gente sabe onde a mulher está. Mais para frente no livro a gente acaba descobrindo, mas não dão detalhes. EU QUERIA DETALHES DO QUE ACONTECEU. Mas enfim, acho que já podemos passar para os últimos comentários ou não vamos acabar essa resenha nunca.


ÚLTIMOS COMENTÁRIOS 

Elza: Criatura apressada... Eu estava me divertindo divagando nos detalhes sórdidos do passado do pobre pai da Sarah... Bom, eu recomendo esse livro. Não é perfeito, mas é sensível e bem escrito. Não há muito mais que eu poderia esperar dele. 

Leila: Não sou apressada. Só que o que ninguém sabe é que essa resenha em dupla está sendo feita às 3hs da manhã! (Sim, somos corujas). Super recomendo o livro pra quem quer ler uma menina se comportando de acordo com a idade e enfrentando todos os problemas que aparecem de forma sincera e corajosa. Você vai conseguir rir de algumas coisas e ficar super indignado com outras, mas no final não vai sentir como se tivesse desperdiçado o seu tempo com a leitura.


Avaliação:





Serviço
Título Original:
 Sure Signs of Crazy
Editora: Intrínseca
Ano: 2014
Número de Páginas: 209

Nenhum comentário :

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
© Grumpy Readers - 2012. Todos os direitos reservados.
Criado por: Leila, Elza e Anita.
Tecnologia do Blogger.