14 janeiro 2017

{Resenha} Pax - Sara Pennypacker

Título Original: Pax
Autor:  Sara Pennypacker
Editora: Intrínseca
Ano: 2016
Número de Páginas: 288


"Afinal, você quer voltar para a sua casa ou para o seu bichinho?" "Dá no mesmo." A resposta saiu espontânea e firme, o que o surpreendeu.








Resumo: Peter e sua raposa são inseparáveis desde que ele a resgatou, órfã, ainda filhote. Um dia, o inimaginável acontece: o pai do menino vai servir na guerra, e o obriga a devolver Pax à natureza. Ao chegar à distante casa do avô, onde passará a morar, Peter reconhece que não está onde deveria: seu verdadeiro lugar é ao lado de Pax. Movido por amor, lealdade e culpa, ele parte em uma jornada solitária de quase quinhentos quilômetros para reencontrar sua raposa, apesar da guerra que se aproxima. Enquanto isso, mesmo sem desistir de esperar por seu menino, Pax embarca em suas próprias aventuras e descobertas.

Alternando perspectivas para mostrar os caminhos paralelos dos dois personagens centrais, Pax expõe o desenvolvimento do menino em sua tentativa de enfrentar a ferocidade herdada pelo pai, enquanto a raposa, domesticada, segue o caminho contrário, de explorar sua natureza selvagem. Um romance atemporal e para todas as idades, que aborda relações familiares, a relação do homem com o ambiente e os perigos que carregamos dentro de nós mesmos. - (Amazon)


Impressões:
Oh, Pax, onde você estava durante a minha infância? E como não presentear todas as crianças que conheço com você na primeira oportunidade? 

A história é tão pensada e o texto extremamente bem escrito. O tipo de texto que faz com que as páginas voem sem você perceber.

O livro começa com um relutante Peter, de doze anos, abandonando sua raposa de estimação a mando de seu pai – um militar austero e bem filho da mãe, na falta de uma expressão melhor. Ao chegar à casa do indiferente avô, onde é deixado pelo pai que está partindo para a guerra, Peter começa a pensar no que fez e chega a conclusão de que cometeu um erro terrível. Ele então arruma uma mala e foge de casa, com a intenção de resgatar sua raposa. Sem chegar muito longe, acaba quebrando o pé e sendo resgatado por uma mulher chamada Vola, veterana que perdeu a perna durante a guerra, e que agora vive sozinha em uma fazenda no meio do nada, na companhia de suas marionetes e do antigo trauma que elas representam. Paralelamente a esses acontecimentos, Pax continua no bosque, mas não sozinho. Ele encontra outras raposas com quem vai aprender sobre os perigos que os homens representam para sua espécie, além de como sobreviver sem a ajuda dos mesmos, pela primeira vez na vida.

O livro se divide entre as jornadas de Peter e Pax e é cheio de lições sobre autoconhecimento e amizade. Embora Peter e Vola sejam bons personagens, os capítulos focados na raposinha foram os que, pessoalmente, achei mais interessantes. A autora foi muito feliz descrevendo o mundo através dos olhos de um animal sem fazê-lo perder sua identidade. A relação entre Pax e as outras raposas foi nada menos que adorável e sua procura por refúgio da guerra que se aproximava, tensa e emocionante. Impossível não sentir pela raposinha e admirar sua lealdade para com o menino que já o abandonou uma vez.

Como pontos negativos, porém, eu preciso citar duas coisas: o final, e o plano de fundo, cuja intenção não entendi muito bem. Não posso fazer comentários sobre o desfecho sem dar spoilers, então vou dizer apenas que o mesmo me deixou extremamente frustrada. Quanto ao plano de fundo, no início pensei que a guerra tão presente se tratasse de algum conflito real passado, uma vez que não há nenhuma descrição que me desse a certeza de que o livro se passasse nos dias atuais. Porém, logo ficou claro que se tratava de uma espécie de guerra civil, cujo pivô era a posse da água, revelando que tudo na verdade se passava em um universo distópico. Achei isso um tanto estranho, quando a autora não fez nenhuma menção de discutir assuntos relacionados a escassez de água ou meio ambiente. Só posso concluir que ela precisava de uma razão para a guerra estar acontecendo em volta dos personagens – provavelmente nos Estados Unidos – ao invés de algum país distante. 

No geral, Pax foi uma leitura agradável e indicaria para leitores de qualquer idade.


Avaliação:

   

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