08 janeiro 2017

{Resenha} O Menino que Desenhava Monstros - Keith Donohue

Título Original: The Boy Who Drew Monsters
Autor: Keith Donohue
Editora: DarkSide
Ano: 2016
Número de Páginas: 256


Um livro para fazer você fechar as cortinas e conferir se não há nada embaixo da cama antes de dormir.









Resumo: Desde quase se afogar no oceano três anos antes, Jack Peter Keenan, de dez anos, morre de medo de se aventurar no lado de fora. Se recusando a sair de casa em uma pequena cidade na costa do Maine, Jack Peter passa o tempo desenhando monstros. Quando esses desenhos ganham vida, ninguém está a salvo do horror que eles inspiram. Sua mãe, Holly, começa a ouvir sons estranhos à noite vindos do oceano, e ela procura respostas do padre católico local e sua governanta japonesa, que enche a cabeça dela de histórias de naufrágios e fantasmas. Seu pai, Tim, vaga pela praia, procurando desesperadamente uma estranha aparição que corre selvagem nas dunas. O único amigo do garoto, Nick, se vê encurralado pelo assustador poder dos desenhos. Ao mesmo tempo em que estes que rodeiam Jack Peter são assombrados pelo que eles pensam que veem, apenas ele sabe a verdade por trás das assombrosas ocorrências enquanto o mundo lá fora avança sobre eles. – (Tradução livre do Goodreads)

Impressões:
Quando tive que parar por um minuto e pensar em uma avaliação, percebi o quão difícil seria dar uma nota nesse caso. A trama não é perfeita. É repetitiva em mais de um aspecto; dá muitas voltas na tentativa de desviar a atenção do leitor do que realmente está acontecendo; por fim, insere personagens que, em uma análise mais profunda, se mostram completamente dispensáveis no final. Porém, é difícil de imaginar esse livro sem essas voltas e esses personagens. Eles conseguem se inserir como parte da atmosfera sombria que é o maior acerto de O Menino que Desenhava Monstros.

Esse não é um livro de terror. Algumas imagens que o autor invoca são perturbadoras, mas nada que surpreenda um leitor acostumado ao gênero. Está mais para um gótico moderno que se divide entre a fantasia – os monstros – e o dilema muito real de um casal que tem que lidar com um filho autista que está crescendo e não parece estar tendo progressos em se tornar mais sociável e maleável. Embora o autor insira os pais nessa atmosfera sombria povoada por monstros, fazendo com que eles tenham suas próprias experiências com coisas que não conseguem explicar racionalmente, sua relação conturbada por erros passados e a preocupação com o futuro do filho autista é bem mais forte quando o livro concentra-se neles. Por sua vez, Jack Peter e seu amigo Nick são os que experimentam a fantasia com monstros de maneira mais próxima. Sendo crianças, eles são mais rápidos em acreditar. Adicione a isso um pequeno mistério que vai se desenrolando até culminar em um final que para muitos é uma reviravolta surpreendente – embora eu acredite que parte dos leitores vai ao menos cogitar a possibilidade antes disso. 

No geral, é uma leitura agradável, com boas doses de tensão. O que me deixou na dúvida ao final foi se o autor foi realmente feliz em misturar problemas tão reais com uma fantasia que acaba se sustentado apenas pelo gênero, sem oferecer qualquer explicação por menos coerente que fosse. Algumas reações dos personagens adultos também me fizeram erguer as sobrancelhas. Eles aceitam certos fatos com naturalidade demais dada a sua natureza impossível. A narrativa de Keith Donohue, porém, acaba minimizando muito dos problemas, mantendo-se interessante até o final. Uma ótima recomendação para fãs de suspense ou até mesmo horror, desde que não exijam finais fechados.


Avaliação:

   

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