Autor: Michael Punke
Editora: Intrínseca
Ano: 2016
Número de Páginas: 272
Inspirado em uma história real.
Resumo: Em 1823, os caçadores da Companhia de Peles Montanhas Rochosas desbravavam as terras inexploradas dos Estados Unidos, enfrentando diariamente o clima implacável, as feras selvagens e a ameaça constante de confronto com os índios, que defendiam suas terras da invasão dos homens brancos.
Em uma das missões da companhia, Hugh Glass, um dos melhores e mais experientes caçadores do grupo, fica frente a frente com um urso-cinzento, é atacado e termina gravemente ferido, claramente sem chances de sobreviver. Os homens que deveriam esperar sua morte e lhe oferecer um funeral apropriado o abandonam, levando consigo as armas e os suprimentos. Entre delírios, Glass os observa fugindo e é tomado por um único desejo: vingança. Uma determinação cega que o torna capaz de atravessar quase cinco mil quilômetros de terras intocadas e selvagens, fugindo de predadores, sobrevivendo à fome e à agonia dos ferimentos mais terríveis, a fim de concluir seu objetivo. – (Amazon)
Impressões:
Esse foi mais um dos livros que escolhi para a Maratona Literária de Verão 2017. Felizmente, porque tenho a impressão de que teria começado a ler, interrompido para ler outra coisa e esquecido por uns dez anos.
Não, isso não quer dizer que seja um livro ruim. Pelo contrário, é bastante interessante. Mas ele tem aquele quê de livro de não ficção, graças às descrições incrivelmente detalhadas, que costumam me deixar um pouco impaciente. O autor fez uma pesquisa extensa sobre o comércio de peles na região do Mississipi no início do século XIX, com ênfase à geografia do lugar. Seu estilo de escrita torna fácil visualizar o ambiente inóspito que Hugh Glass tem que enfrentar a fim de sobreviver e ter seu acerto de contas, mas isso também faz com que a primeira metade do livro seja um tanto arrastada, mais focada em descrever o ambiente e as dificuldades que um homem, a essa altura quase incapacitado, enfrenta para sobreviver que em ação propriamente dita. No entanto, é importante salientar que quando as cenas de ação acontecem, elas são igualmente bem descritas e tensas.
Não acho que seja exatamente um ponto negativo, mas considero exagerado descrever esse livro como a jornada de um homem em busca de vingança. Embora haja o fator vingança, minha impressão foi que a motivação principal do personagem era – mais do que acertar contas com os homens que o abandonaram, indefeso, para morrer – sobreviver àquela situação. A impressão ficou ainda mais forte pelo fato deles terem modificado um detalhe importante no background de Glass na adaptação cinematográfica. Como se os responsáveis tivessem entendido que o mesmo precisasse de um motivo mais forte para justificar uma desforra como razão absoluta de sua jornada.
O que me incomodou de verdade foi o final, um tanto abrupto e anticlimático. O próprio autor diz que vários dos acontecimentos do desfecho do livro são completamente ficção, então acho que ele poderia ter encerrado a jornada de Glass de forma mais significante.
Avaliação:
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