11 setembro 2015

{Resenha} Plain Truth - Jodi Picoult


Eu já havia defendido calmamente os direitos de estupradores, assassinos e pedófilos. Mas, porque esta menina tinha matado seu próprio recém-nascido, um ato que eu simplesmente não conseguia nem começar a entender, eu a queria trancafiada. Fechei os olhos. Supostamente matado, eu lembrei a mim mesma. 


Resumo: A paz do pequeno município de Paradise, Pensilvânia, é quebrada pela descoberta de um bebê morto no celeiro de um fazendeiro de Amish. Uma investigação policial leva rapidamente a duas divulgações surpreendentes: a mãe do recém-nascido é uma mulher solteira Amish, de dezoito anos de idade, Katie Fisher. E a criança não morreu de causas naturais. Embora Katie negue a constatação médica de que ela deu à luz a criança, provas circunstanciais levam à sua prisão pelo assassinato de seu bebê. Uma centena de milhas de distância, a advogada Ellie Hathaway conseguiu uma invejável carreira de alto perfil. Solteira aos trinta e nove e insatisfeita com seu relacionamento, Ellie não olha para trás quando joga fora sua chance de virar sócia e decola para uma estadia por tempo indefinido na casa de sua tia-avó em Paradise.O destino lhe traz a Katie Fisher. Mas tomar sobre este caso desafia Ellie em muitas maneiras. Ela encontra-se não só em um confronto com os desejos de uma cliente que não quer ser defendida, mas também em um choque de culturas com um povo cujos canais de justiça são marcadamente diferente da sua.

Já li livro muito bom da Picoult, já li livro tão ruim que abandonei. Sinto que ou ela acerta ou ela erra por muito e devo dizer que neste ela acertou.

A história já atrai a atenção, a principal, Ellie, acaba aceitando os termos da condicional de Katie, uma jovem amish que nunca sobreviveria à cadeia enquanto aguarda julgamento sob acusação de homicídio qualificado de seu filho recém-nascido. Esses termos incluem morar com ela em sua comunidade. Por sorte, essa é uma era ainda de início da nossa dependência por celular e internet, acabou sendo menos assustador para mim, rs.

De início, Ellie é uma advogada muito competente, mas que já conhece todas as manha de sua profissão e não mede esforços para beneficiar seus clientes, mesmo que signifique adulterar provas. Durante uma crise de identidade, ela vai passar um tempo com a tia por casamento, que acontece de ser uma ex-amish e tia de sangue da Katie. Embora apresente indiscutíveis sinais de estado puerperal, Katie nega gravidez, parto, bebê e claro, ter tido qualquer coisa com o homicídio, mas as provas estão todas contra ela e nem mesmo Ellie acredita na própria cliente. Daí embarcamos no mistério de o que poderá ter acontecido, pois indiscutível o bebê estar morto.

O texto mistura narrações em terceira pessoa sob o ponto de vista dos personagens principais, narrações em primeira pessoa sob o ponto de vista da Ellie e flashbacks em terceira pessoa sobre a Katie. Durante a história, conhecemos alguns psicólogos de defesa, acusação, peritos judiciais... e somos apresentados inúmeras teorias apenas para esta entrar em conflito com revelações sobre a Katie.

Ainda assim, creio que a Picoult não quisesse que nos preocupássemos tanto com o que teria ocorrido naquela noite, mas com os costumes amish e sua participação em todos os estágios do caso. Não fosse uma Amish, Kate não teria um forte motivo para matar um bebê tido fora do casamento. Mas os Amish são um povo tão pacífico e seguidor de suas crenças que isso os impediria de cometer homicídio. A todo momento, o foco retorna ao modo de viver amish.

Não poderia dizer se é um testemunho fiel, mas foi uma ótima lição.

Uma grande parte do livro se passa no tribunal, quando Ellie enfrenta um promotor para quem aquele caso de grande visibilidade pode ser a virada na sua carreira. Não sei se é porque não me interesso tanto por cenas de tribunal e ainda menos por retórica jurista da forma que os tribunais de júri normalmente são conduzidos, mas achei desnecessário. Não importava a resolução, essas cenas foram longas demais. Achei interessantes alguns pronunciamentos? Sim. Adorei como os dois viravam o jogo a cada hora para um lado? Sim. Mas boa parte não passou de discurso de filme que poderia ter sido resumido em uma frase e me poupado a paciência. Pior que isso eram as apresentações dos peritos, todas com fatos que já conhecíamos como leitores, nem tantas com qualquer acréscimo ao desenvolvimento da trama.

Também devo dizer que senti falta de viradas menos esperadas. Não direi que o livro é previsível por inteiro, mesmo porque a Picoult não estava tão focada em manter o mistério. Aquela que achei no início ser a grande revelação foi uma inclusão de última hora nas páginas finais. Não obstante isso, já li viradas mais divertidas pela Picoult e eu contava com isso. O curso seguido não foi ruim, de modo algum, concordo com tudo feito, mas ficou um gostinho de quero mais.

Ainda que eu tenha pontuado esses pequenos problemas, a história foi muito bonita. Gostei dos personagens, gostei da atmosfera implantada, gostei do enredo. Não direi que é um livro imperdível, mas você não perderá seu tempo se o ler. Uma pena não haver sido lançado por estes cantos...


Avaliação:





 Serviço
Título Original: Plain Truth (Verdade Simples)
Editora: Atria
Ano: 2000
Número de Páginas: 416

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