Título Original: The Birds
Autor: Frank Baker
Editora: DarkSide
Ano: 2016
Número de Páginas: 304
Esses velhos o bastante para lembrar ainda falam dos dias "antes da chegada dos pássaros".
Resumo: Pássaros. Milhares, talvez milhões, sobrevoam Londres, de forma aparentemente inexplicável e sem sentido, onde parecem observar os habitantes da capital, que os consideram divertidos, se tanto um pouco estranhos. Enquanto as pessoas ainda tentavam entender o que faziam ali, eles começam a atacar, ferindo e até mesmo matando com tremenda brutalidade e violência. Seriam eles uma força da natureza ou uma manifestação sobrenatural? Ninguém sabe. A única certeza é que o objetivo dos pássaros é a destruição da humanidade e ninguém tem ideia de como impedi-los... - (Amazon)
Impressões:
Eu disse que não ia resenhar esse livro de jeito nenhum. Até escrevi isso no Twitter! E todo mundo sabe que o que é escrito no Twitter dura pela eternidade!!! Mas cá estou eu voltando atrás, porque, bem, eu já tinha feito uma promessa anterior. Minha resolução de Ano Novo foi que eu resenharia tudo que lesse esse ano. Absolutamente TUDO. Bom, menos mangá... e fanfic... er... Vamos ao que interessa:
Os Pássaros é aquele livro onde a expectativa fica no ângulo absolutamente oposto ao da realidade. Mas a culpa foi minha mesma – ou da propaganda na capa do livro? – que li achando que seria uma romantização do filme do Hitchcock, aquele dos pássaros tocando o terror em uma cidadezinha litorânea, que eu vi, mas nem lembro quase nada, a não ser um monte de gente correndo e um bando voando atrás para ataca-las como se estivessem cobertas de alpiste ou coisa assim...
Bom, logo no começo do livro é explicado que há uma controvérsia, que o autor até tentou ganhar dinheiro em cima do filme do Hitchcock, mas esse sempre jurou de pé junto que não tinha lido a obra dele e que sua inspiração foi um conto da Daphne du Maurier (aquela que escreveu Rebecca) e tudo não passou de uma grande coincidência. No começo eu fiquei “ah tá, claro que foi”, mas ai li o livro e tive que mandar minhas desculpas mentais para o Hitchcock porque este está para uma ficção-cientifica/terror como Jane Austen está para New Adult.
Expectativa: Pássaros atacando do nada, espalhando o terror... Grupo de sobreviventes tentando sair da cidade em meio ao caos. Qualquer coisa nessa linha... Eu nem estava esperando nada em escala mundial. Não lembro se o filme tinha isso.
Realidade: Bandos de pássaros invadem Londres e ficam por lá. Atacam alguém ocasionalmente, mas, no geral, só ficam por perto fazendo terror psicológico. O livro se passa em Londres, mas o fenômeno acontece em escala mundial. O personagem principal, agora na velhice, e vivendo em um mundo livre de tensão e vícios, conta sobre os dias antes de a humanidade ser dizimada pelos pássaros à sua filha. Relembrando sua juventude, ele filosofa sobre tudo: natureza, cotidiano, sexo, política, a vida em geral...
No final das contas, os pássaros acabam se mostrando um simbolismo para a tensão da época, pouco antes de estourar a Segunda Guerra Mundial. Mais à frente, cada ser humano acaba sendo seguido por um pássaro, e apenas aqueles capazes de encarar a criatura – olhar para dentro de si mesmos – conseguem seguir vivendo em paz, o que encarei como uma crítica social. Há sim, alguma ação, em especial no final do livro, mas nada capaz de desvia-lo do seu caráter filosófico. Eu, pessoalmente, gostei. Ele me deixou um tanto impaciente em algumas partes, mas não chega a ser entediante. Não recomendo para quem está procurando um livro de aventura ou ficção fantástica, porém.
Avaliação:
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