22 março 2020

{Resenha} Yes No Maybe So - Becky Albertalli, Aisha Saeed

Resumo: Jamie Goldberg não se importa de trabalhar como voluntário para o candidato estadual local - desde que ele esteja nos bastidores. Quando se trata de falar com estranhos (ou, vamos ser sinceros, falar com quase todo mundo), Jamie é um artista de estrangulamento. Não há como ele bater na porta das pessoas para pedir votos... até que ele conhece Maya. Maya Rehman está tendo o pior Ramadã de todos os tempos. Sua melhor amiga está ocupada demais para sair, sua viagem de verão é cancelada, e agora seus pais estão se separando. Por que sua mãe acha que a solução para seus problemas é a apuração política - com um cara estranho que ela mal conhece - está além dela. Ir de porta em porta não é exatamente fascinante, mas talvez não seja a pior coisa do mundo. Afinal, as eleições estão se aproximando - e Maya e Jamie também. Dominar o ativismo local é uma coisa. Navegar pela paixão cultural do século é outra coisa inteiramente.

Maya e Jamie se conheciam quando crianças, mas faz muitos anos desde então e agora eles estão presos juntos, não tão voluntariamente ajudando em uma campanha política.

Este não foi o meu primeiro livro da Albertalli, nem mesmo o primeiro que li que ela é co-autora, mas foi o primeiro livro que li escrito pela Aisha Saeed e agora estou muito curiosa sobre seus outros trabalhos.

Já a história tem uma estrutura um pouco parecida com E Se Fosse A Gente, que Albertalli foi co-autor de Adam Silvera. Temos pontos de vista alternados, mas agora com muito mais diferenças entre os protagonistas. Jamie é judeu e gosta muito de participar da campanha política, mas não é bom em lidar com outras pessoas. Maya — sim, uma garota, por isso não é um romance LGBT —, é muçulmana, passa pelo Ramadã, então não está com nem um pouco de bom humor na maioria das vezes e seus pais acabaram de se anunciar a ela que estão se separando. Para piorar as coisas, ela terá que acompanhar Jamie em peregrinações para ajudar na campanha, se ela quiser um carro.

Eu acho que quatro mãos escrevendo era a única maneira de esta história existir. O contraste de cultura, vida e crenças entre os dois me manteve interessada o tempo todo. Mas eles também eram muito fofos na maneira como percebiam as coisas desenvolvendo-se entre eles. Mesmo que, sim, tenhamos discutido muitas questões sociais, ainda temos o romance em destaque, e esse casal era de ouro.

Quanto a em que isso falhou ... acho que acabou sendo muita política pra um YA. Não, não se tratava de uma campanha real, não tinha candidatos reais e não acho que as autoras pretendessem fazer campanha para qualquer candidato existente (embora, como você possa imaginar, o discurso seja basicamente pelo partido Democrata). Mas se você está aqui para o romance, não é sobre política que deseja ler, certo? Como eu disse, o romance tem os holofotes, mas estes são compartilhados. O resultado foi que o livro ficou demasiadamente longo e, depois da metade, você está meio cansado de ler sobre campanha. E deinício eu tava até curiosa pra saber como o voluntariado funcionava!

E posso culpar a campanha, mas também depois da metade ou talvez durante o último terço do livro, há muito draminha para o casal. Lembro-me de ter mais paciência para isso — talvez até gostar — quando mais jovem, lembrando que não sou o público-alvo, mas me irritou aqui.

Isto posto, o que o livro precisava não era realmente para suavizar a política, porque as discussões que ele trouxe foram enriquecedoras e eu aprendi a dinâmica do voluntariado para uma campanha local, isso é ouro! O que realmente precisava era editar um pouco, cortar bastante e facilitar a leitura.

Sinto que você vai gostar se não se importar com ler livros com esse tipo de discussão — eu as amo! Mas tenho amigos que nunca tocariam neste livro por causa disso, então aqui está o meu aviso. É uma história adorável e instigante, com personagens muito bem construídos. Ele consegue falar sobre questões importantes e ainda construir um romance fofo e os dois conseguiram, só faltou ser mais objetivo.


Resenha baseada em um ARC fornecido pela Edelweiss. Muito obrigada à editora por esta oportunidade.

Nota: 3 de 5.

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