Autor: Iain Reid
Editora: Fábrica 231
Ano: 2017
Número de Páginas: 224
Você vai ficar assustado. Mas você não vai saber a razão.
Resumo: Jake conduz o carro em que ele e a namorada, que narra a história, vão à fazenda dos pais do rapaz. Durante a longa viagem por estradas desertas e escuras, a garota, atormentada com a perseguição de um homem misterioso que deixa sempre a mesma mensagem de voz em seu telefone, pensa em encerrar o relacionamento com Jake. Mas talvez seja tarde demais.
Impressões:
O que dizer desse livro? Muito louco? Meio drogas? Genial... mas podia ser melhor?
Um breve resumo: a narradora e seu namorado Jake estão indo visitar os pais dele em uma fazenda no meio do nada. Durante o caminho, eles conversam sobre várias coisas que não parecem ter utilidade alguma na história e filosofam sobre a vida, o universo e além. A garota guarda dois segredos do namorado: uma série de telefonemas estranhos que vem recebendo e um desejo recorrente de terminar o relacionamento. Finalmente chegam à fazenda e Jake fica muito esquisito, mas não tanto quanto os pais dele, que mais parecem ter saído de um filme de terror, desses em que a casa guarda grandes segredos e a namorada na verdade está ali para servir de sacrifício humano ou algo assim. Alguns momentos de tensão, mas nada terrível acontece. Jake e a namorada pegam a estrada novamente, mas, no meio do caminho, durante uma tempestade de neve, ele decide que eles PRECISAM fazer um desvio até uma escola de ensino médio vazia porque ele não pode viver sem ter acesso a uma lata de lixo nos próximos minutos – se isso não foi a deixa para ela acabar com tudo, eu não sei o que poderia ser. Depois disso é puro filme de terror, com altas dose de suspense e um belo tapa na cara no final (ao menos na minha).
Vi algumas pessoas dizerem que o final é extremamente óbvio, o que me fez sentir bem estúpida porque de jeito nenhum aquilo sequer me passou pela cabeça. Por outro lado, talvez devesse porque o desfecho não é tão original assim. Posso pensar em pelo menos meia dúzia de livros e filmes que foram pelo mesmo caminho... Que eu não vou mencionar para não estragar a surpresa...
É um bom livro. E bastante curto, devo mencionar. A primeira metade é um pouco prolixo por causa de toda a conversa filosófica que não vai a lugar nenhum. Você vai acabar entendendo a razão dela no final, mas a impressão que fica é que o autor poderia ter lidado com os acontecimentos de forma mais ágil, especialmente quando na segundo metade do livro ele faz exatamente isso.
Os capítulos são intercalados por duas pessoas conversando sobre a morte de um homem misterioso, algo que teria acontecido depois daquilo que estamos lendo. Um recurso interessante que faz com que mesmo os leitores mais desinteressados nesse tipo de narrativa – muita conversa, pouca ação – mantenham o interesse na história. Quem seria o homem misterioso? O que Jake e a namorada têm a ver com a morte dele?
A ideia é excelente e o autor fez um trabalho incrível em inserir a dose certa de tensão e manter o leitor interessado. Minha crítica é pelos diálogos na primeira metade soarem mais como enrolação que como algo realmente importante na história. Uma vez que os personagens chegam à casa dos pais de Jane, a narrativa fica mais ágil, mas isso demora consideravelmente a acontecer.
De qualquer maneira, é uma boa recomendação para os amantes de suspense.
Avaliação:
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