09 novembro 2015

{Leituras do Mês} Outubro


O post vem um pouco atrasado esse mês, mas como dizem: antes tarde do que nunca. 


Elza: Vou empurrar o título de mês mais flopado no quesito leituras para novembro, porque consegui, apesar da falta de disposição, ler o número respeitável de sete livros em outubro. No entanto, se olhar pelo ponto de vista da minha lista de leitura do mês passado, o negócio fica bem feio. Consegui ler quatro dos livros da lista a muito custo... Os outros ignorei totalmente. *indo enterrar a cabeça em algum lugar*

Anita: Como em novembro não tenho planos de leitura, acabei me esforçando para não ser o fracasso de setembro. Consegui oito livros! :D Qual foi seu favorito do mês?

Elza: O melhor que li esse mês foi provavelmente Perdido em Marte. Não foi o único que cumpriu o que prometeu no final, mas merece o título pela pesquisa extensa que o autor fez. Eu não entendo droga nenhuma de ciência, mas ele me convenceu de estar lendo sobre procedimentos reais da NASA com todos aqueles termos técnicos e dados. Um ótimo livro que eu recomendo. Por sinal, devo mencionar que vi o filme quando ainda estava no começo e acho que os dois foram excelentes. Nenhum surto "o livro é melhor que o filme" de minha parte dessa vez (nem o contrário).

Anita: Esse foi um mês sem quatro estrelas, apesar de ter lido três livros dos quais eu esperava muito. Ao menos um deles ainda ficou como meu favorito e teria sido quatro estrelas se minha expectativa não fosse tão gigantesca. Things I Can't Explain (Mitchell Kriegman), cujo ARC me foi cedido pela St. Martin. Menos gente que eu imaginava conhece a série antiga da Nickelodeon, Clarissa (original, Clarissa Explains it All), que era sobre uma adolescente falando do seu dia-a-dia. O livro se propõe a fazer uma continuação com a Clarissa como adulta. Foi um ótimo chick-lit, mas não funcionou bem como continuação, ficou um pouco aquém do quanto Clarissa costumava ser divertido. E faltou o Sam, meu favorito da série. Teve muito pouco Sam... *chora*

Elza: Faço parte da parcela que não faz ideia de quem Clarissa seja... Isso entra na minha lista de "provas de que não tive infância". Já que falei antes do melhor livro do mês, vou falar do pior agora. Não foi o pior de um modo geral, mas foi o mais decepcionante: O Demonologista (Andrew Pyper). Esse livro foi tão propagandeado desde o lançamento pela Darkside que fiquei ansiosa para ler. Parecia algo interessante, aos moldes de William Peter Blatty, mas, francamente, está para O Exorcista como um livro de época de banca está para um da Jane Austen (com o perdão da comparação cretina). Livro cheio de cenas já vistas em um milhão de livros e filmes sobre o tema, o que nem seria o problema se a narrativa fosse interessante e fizesse algum sentido. Vou me abster de comentar o final... ou falta dele.

Anita: Medo! Neste mês não tive nenhum clássico das tragédias da escrita pra podermos rir dele, mas meu pior livro foi o Clímax (Chuck Palahniuk). Depois de meses pondo na minha lista de próximas leituras, eu esperava algo mais inteligente, mas o livro realmente não foi para mim, rs.

Elza: Ai vamos concordar em discordar, porque eu adorei Clímax. Ele é tão Chuck Palahniuk que até perdoei o último que li dele – e esqueci o nome agora – que achei quase um revival de Clube da Luta. Mas continuando com as leituras de outubro, meu próximo foi À Procura de Audrey (lembro de todo mundo aqui falando que leria esse. Por que acho que fui a única que fez isso? Cof Cof...) 

Anita: Porque você não realmente o recomendou! Eu realmente ia ler, rs.

Elza: Não gostei muito. Achei mais um YA tratando doença mental de maneira insensível. Teria adorado se eliminássemos a personagem principal e seu namorado e ficássemos apenas com a mãe surtada e o irmão fã de games. Por sinal, meu coração está com o pobre garoto. Quem nunca teve sua obsessão por algo relacionado ao computador mal interpretado pelos pais?

Anita: Tem um livro tão genérico na minha lista que eu mal me lembro dele, porque misturei com outro. The F- It List (Julie Halpern). Com esse título, ele já tinha 4 estrelas. Se não fosse quase uma cópia desse outro, o qual já não era mais que três estrelas. Ele falava de duas amigas, uma ficava doente e fazia uma lista de coisas que ela queria fazer, a qual as duas chamaram de F- It List. Como ela estava realmente mal, acaba a principal ajudando-a a realizar alguns itens e, graças a isso, aproximando-se do cara de quem ela era a fim. Não lembro mais nada, nem lembro se a amiga morre no final – um bom sinal para a menina que eu não me lembre, né? 

Elza: Pessoas morrem no final nesse tipo de livro? Eu aqui pensando que era comédia... Consegui terminar Perdão, Leonard Peacock. Meu único comentário sobre esse livro é: Meh. Outro que prometeu discutir temas como suicídio, depressão e afins, mas só me mostrou um adolescente em situações absurdas. Teve uma ou duas coisas que gostei, mas, no geral, achei o pior livro do Matthew Quick.

Anita: Achei que Leonard Peacock fosse o autor, deixa quieto. Pelo que vejo, quase todos que li foram YA... Um bem frustrante foi Dead Ringer (Jessie Rosen), porque ele começou realmente bom. É outro ARC cedido, desta vez pela Phantom Five. Contava sobre uma menina que se mudava da Califórnia para uma cidadezinha da Costa Leste e descobria ser sósia de uma menina que havia se suicidado anos antes. Além do mais, ela acabava se envolvendo com um grupo que se revela bastante suspeito com relação às circunstâncias dessa morte. O clima estava perfeito e a coisa só foi desandando. Normalmente, eu imagino que seja incompetência da autora, mas o que me deixou com raiva foi me sentir enganada pela mesma com uma das viradas do enredo que seria impossível de acordo com os dados que a própria autora nos apresentou. Para coroar, o livro não tem final, mas também nenhuma indicação na capa de que fosse uma série. Nem um maldito final a autora quis me dar.

Elza: Já que estamos falando em autores que mentem para os leitores – embora nesse caso possa ter sido a editora mesmo – devo aproveitar para reclamar do penúltimo livro da minha lista: Em Casa Para o Natal. Ele é sobre uma mulher que trabalha em um cinema tradicional se envolvendo com o gerente de uma grande cadeia de cinemas modernos que está tentando comprar seu local de trabalho. Não tem absolutamente nada a ver com Natal e eu fiquei com vontade de chutar alguma coisa ao perceber isso. O texto é bem fraquinho, quase amador, e a história mais fraca ainda, cheio de gente chata e situações que talvez até funcionassem em um desses filmes românticos engraçadinhos, tipo Sessão da Tarde, mas no livro apenas conseguiram me deixar entediada. Foi de longe o pior da lista, de uma forma geral, e só não desisti na metade porque queria ler mais alguma coisa no mês, sem falar que não ia me privar do pequeno prazer de vir aqui comenta-lo.

Anita: Eu também li um que a editora tentou me enganar! I Hope You Dance (Beth Moran), ARC cedido pela Lion Fiction. Era sobre uma mulher, cuja família era muito envolvida com dança, mas ela decidiu nunca mais dançar por causa de um trauma e mais a pressão de ter que corresponder ao nível da família. Após a morte do companheiro , ela fica cheia de dívidas e precisa ir morar com os pais, lá reencontra o amor da vida dela. O resumo ainda terminava com "quando David, o garoto da casa ao lado, a convida para dançar...". Só que ele não a chama para dançar, os dois nunca dançam em qualquer momento do livro. Aliás, o livro não é sobre dança! De fato, o que falei da família é verdade, mas é um detalhe que mencionam depois de mais da metade, que também não importa para nada. Tirando isso, foi uma leitura agradável. O início era mais divertido, mais para o chick lit, depois ficou algo entre drama e romance, mas foi um desenvolvimento legal, só não era uma leitura muito do meu tipo. Preferia a ideia da dança, rs. Eu nem gosto de dança... mas se o David é tão bonito quanto dizem, eu ia querer vê-lo dançar, sim.

Elza: Confie em mim, melhor isso que descrições ruins de dança. *lembrando velhos traumas* Minha lista termina com um bom livro: A Vítima Perfeita (Sophie Hannah). Em primeiro lugar devo reclamar de que não entendo por que as editoras brasileiras têm mania de trazer séries de livros policiais fora de ordem. Esse é o segundo de uma série e o primeiro não está disponível no nosso idioma. Sobre o livro em si, eu gostei bastante. É uma trama policial envolvendo um estuprador em série. Achei muito satisfatório como a autora conseguiu amarrar bem a trama no final, inclusive incluindo detalhes que nem passou pela minha cabeça que fossem relevantes. Minha única reclamação foram certos fatos bem óbvios que a polícia no livro demorou horrores para entender. Já estava me achando mais inteligente do que realmente sou. Curiosidade: essa autora escreveu aquele livro, Os Crimes do Monograma, usando personagens de Agatha Christie, que eu detestei. Espero que ela continue escrevendo com seus próprios personagens, funciona infinitamente melhor.

Anita: Opa, ainda tenho três, calma aí. Vou falar então de dois YA's. Primeiro foi a Minha Vida Mora Ao Lado, da Huntley Fitzpatrick (leiam minha resenha para detalhes). Fiquei um pouco chateada com o segundo terço do livro, pois não sou fã de relacionamentos estabelecidos. A Fitzpatrick conseguiu segurar meu interesse pelos outros temas que ela aproveitou para discutir e com as crianças impossivelmente fofas da família dos vizinhos. Outro YA, e este foi uma bela surpresa já que o ARC estava dando sopa sem nem precisar de aprovação prévia, é It's a Wonderful Death (Sarah J. Schmitt). No início, achei que estava perdendo meu tempo vendo uma coletânea de clichês sobre a menina popular que morria e precisava provar que sua vida tinha valor para conseguir voltar. Com o andar da história, os personagens ganharam mais profundidade e eu acabei conquistada. Foi por pouco que ele não ganhou quatro corujas. Se alguém aqui gostar de histórias bobas sobre o além, eu recomendo. Agora conte-nos sobre como você odeia o Stephen King por haver recomendado A Garota do Trem.

Elza: Ah, é... Não é que esqueci completamente que li A Garota do Trem. Eu não odeio o Stephen King. Não começaria a odia-lo nem que ele indicasse os livros do Nicholas Sparks. Esse foi um livro tão difícil de dar uma nota... Eu não odiei, mas também não gostei. E teve aquele final com o vilão surtando e contando o plano inteiro, bem no estilo Scooby Doo. Se bem que eu teria perdoado isso se não tivesse adivinhado quem era o assassino nos primeiros 25% da história e passado o resto do tempo querendo dar uns tapas na principal... Alguém tem que me explicar porque comparam esse livro com Garota Exemplar. Só pelos personagens de credibilidade duvidosa? Porque achei o livro da Gillian Flynn bem mais interessante.

Anita: Eu consegui ver o porquê da comparação, mas sinceramente minha nota pra esse livro só foi mais alta que a sua porque eu o peguei antes de as pessoas o inflacionarem no meu ouvido. Eu gostei da manipulação que a autora faz, a ideia foi boa, o desenvolvimento foi ruim, o mistério bem óbvio (mais ainda por causa dessa comparação que te deixa já com o pé atrás) e os personagens, nenhum se salva! É um livro que tem uma boa ideia, mas precisava de um bom autor. 

Elza: Bom, ainda acho que o clima, se fosse comparar com um livro da Flynn, estava mais para Objetos Cortantes, sem a perversão sexual.

Anita: Agora, meu último livro! Aliás, minha conclusão aqui vai ser parecida. O nome é Sanctuary Bay (Laura J. Burns e Melinda Metz). Ele fala de uma menina órfã que recebe bolsa integral para estudar em um internato onde se forma a elite dos Estados Unidos. Só que a ideia é de imersão total, ela não poderia sair da ilha onde se localiza a escola antes de se formar. E como o resumo deixa escancarado, a escola é muito estranha, a ilha toda é muito estranha, por mais que a menina queira esquecer todas as neuras adquirida depois de anos indo de um lar adotivo a outro, tem muita coisa errada por lá; como uma sociedade secreta que ela flagra enterrando um aluno vivo, uma cela utilizada antigamente para prisioneiros de guerra com um nome arranhado e repetido por toda a parede, sem contar com coisas que percebe mudando na rotina da escola e que ninguém mais parece se dar conta. Suas dúvidas chegam ao nível máximo quando ela presencia o homicídio de uma amiga, mas todos agem normalmente no dia seguinte. O clima do livro foi muito bem construído, mas além de acabar não sendo tratado com a profundidade que merecia (e isso eu já esperava, em se tratando de um YA), ele de repente entra na conclusão. O final foi muito apressado, com uma explicação clichê em cima da outra. Uma pena. Mas recomendável, se a pessoa relevar esses avisos.

Elza: Eu quero! Tem assassinato e gente sendo enterrada viva... Anita, não esperava isso de você... 

Anita: Mas é um YA com a (falta de) profundida de um YA, rs. 

Elza: Pensei que você estivesse em uma fase YAs românticos. 

Anita: Até que li dois YA's mais dark em outubro, esse e Dead Ringer. É bom mudar de ares! Vamos à nossa lista de leitura pra novembro?

Elza: Você quer dizer, falta dela...

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